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Lula, as dores de cabeça e incertezas para 2026

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A internação hospitalar de emergência e as intervenções cirúrgicas no presidente Lula, mesmo que muito bem-sucedidas, aumentaram em algumas ordens de grandeza a incerteza sobre a eleição presidencial de 2026.

Ninguém é capaz de dizer hoje, com algum grau de confiança, quem serão os candidatos daqui a dois anos. Nem à esquerda, nem à direita. Nem sequer os próprios presidenciáveis sabem se permanecerão presidenciáveis até lá.

O tema é um dos destaques do episódio desta semana do A Hora, podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo, disponível nas principais plataformas. Ouça aqui.

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Senadores tentam 'revanche' da indústria contra Imposto do Pecado

Thais Bilenky

Vanderlan Cardoso (PSD)
Vanderlan Cardoso (PSD) Imagem: Reprodução/Facebook

No apagar das luzes de 2024, senadores tentam aprovar mudanças na regulamentação da reforma tributária que alteram o projeto aprovado na Câmara.

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O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) apresentou emenda para tirar bebidas açucaradas como refrigerantes do imposto seletivo. Conhecido como imposto do pecado, tem alíquota mais alta para inibir o consumo por causarem mal à saúde e ao meio ambiente.

O imposto do pecado é voltado a produtos como tabaco e álcool.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de refrigerantes está associado a riscos aumentados de obesidade e diabetes, e por isso a recomendação de taxação.

O próprio Cardoso menciona o argumento na emenda que apresentou. Mas ele minimiza o potencial prejudicial à saúde do refrigerante, argumentando que as calorias ingeridas são insignificantes na dieta média brasileira e que o imposto afetaria a cadeia de empregos que a indústria gera.

"A proposta de taxar bebidas açucaradas não se alinha com a realidade brasileira e suas particularidades nutricionais e econômicas. Políticas mais eficazes e abrangentes, focadas na educação nutricional e na conscientização sobre consumo moderado, seriam mais apropriadas", diz Cardoso no documento.

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Punitivistas invertem debate com vitimização para justificar violência

Thais Bilenky e José Roberto de Toledo

Imagem
Imagem: Divulgação

Para além do afrouxamento dos protocolos de câmeras nas fardas dos policiais, a escalada da violência policial faz parte de um projeto, de longo prazo, armamentista e punitivista.

O livro "A lei da bala, do boi e da Bíblia", recém-lançado, analisa como operam os grupos armamentistas, agropecuaristas e religiosos nos Três Poderes. O argumento central é que as forças conservadoras que movem essas pautas de interesse se ancoram numa grande estratégia retórica de vitimização.

O pressuposto é um cenário de caos na segurança pública do país. Nele, os "cidadãos de bem" são vítimas de bandidos poderosos e organizados. E as forças de segurança, militares e policiais, atuam ao lado do "cidadão de bem", mas estão precarizadas e vitimadas, também elas, pelo crime.

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Assim se justifica a necessidade de se armar a população em legítima defesa e um robustecimento das forças policiais para fazer frente ao crime, com excludente de ilicitude e uma legislação rigorosa de proteção dos agentes de segurança.

As autoras listam dezenas de projetos com esses objetivos, alguns bem-sucedidos, outros na fila, poucos arquivados — que fazem parte de um arcabouço legal voltado a dar segurança jurídica para os armamentistas. Daí o papel central de deputados na defesa da pauta.

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Comando Vermelho se consolida como maior facção criminosa da Amazônia

Thais Bilenky e José Roberto de Toledo

Homem carrega bananas perto de pichação da facção criminosa Comando Vermelho em Lábrea (AM)
Homem carrega bananas perto de pichação da facção criminosa Comando Vermelho em Lábrea (AM) Imagem: Caio Guatelli/UOL
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Na última década, a Amazônia virou cenário de disputa sangrenta entre facções criminosas pelo controle de grandes partes do seu território, principalmente nas zonas de fronteira.

Além das mortes e de subjugar populações ribeirinhas e indígenas, o avanço do crime organizado se tornou um risco para a própria floresta. É o que mostra o relatório "Cartografias da Violência na Amazônia", do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. E quem está mais ganhando com isso é o Comando Vermelho.

O CV (Comando Vermelho), cuja origem é o Rio de Janeiro, conquistou o monopólio do crime em 130 municípios amazônicos, contra 28 dominados pelo PCC, seu principal rival. Fez isso usando as próprias armas ou se aliando a facções locais.

A facção entrou na Amazônia há muito tempo, mas os conflitos só se intensificaram há menos de uma década, após um evento que aconteceu muito longe dali e mudou o mapa do crime organizado.

  • Em junho de 2016, o PCC matou Jorge Rafaat Toumani, "o rei do tráfico", em Pedro Juan Cabalero, na fronteira seca do Paraguai com o Brasil. Foi a tiros de metralhadora ponto 50 e mobilizando mais de 30 mercenários;
  • Com o assassinato, o PCC consolidou seu domínio no que era até então a principal porta de entrada da cocaína no Brasil e fechou a rota para as facções rivais;
  • O Comando Vermelho se viu obrigado a recorrer a outras rotas de importação de cocaína, e voltou-se para a região Norte.
  • A disputa começou pela "rota do Solimões", que vai desde Tabatinga, na tríplice fronteira do Brasil com Peru e Colômbia, até a foz do rio Amazonas;
  • O conflito se estendeu ao interior dos presídios, onde provocou centenas de assassinatos.

O motivo da disputa que já provocou milhares de mortes pode ser contabilizado em centenas de milhões de dólares. Controlar uma rota que leve a cocaína da fronteira do Brasil com os países andinos até os portos de exportação para a Europa faz quadruplicar o investimento de quem a controla.

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Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky*

*A newsletter do podcast A Hora retornará em 18/1

A Hora é o podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube. Na TV, é exibido às 16h. O Canal UOL está disponível na Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64) e no UOL Play.

Escute a íntegra nos principais players de podcast, como o Spotify e o Apple Podcasts já na sexta-feira pela manhã. À tarde, a íntegra do programa também estará disponível no formato videocast no YouTube. O conteúdo dará origem também a uma newsletter, enviada aos sábados.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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