PF suspeita que irmão de governador do RJ era operador dos desvios
A investigação da Polícia Federal sobre desvios de recursos envolvendo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, já colheu indícios de que seu irmão de criação, Vinícius Sarciá Rocha, atuava como um operador financeiro do esquema de desvios de recursos públicos. O inquérito tramita sob sigilo no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Por isso, ele foi um dos alvos de busca e apreensão na operação Sétimo Mandamento, deflagrada nesta quarta-feira (20). A PF apreendeu R$ 128 mil e cerca de US$ 7.000 em sua residência, além de planilhas contendo anotações com nomes de pessoas e percentuais de valores.
Vinícius ainda teve seu sigilo bancário quebrado. Cláudio Castro não foi alvo de busca e apreensão, mas também teve seus sigilos bancário, fiscal e telemático quebrados por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde tramita o inquérito.
A PF apura desvios em contratos da área de assistência social do governo do Rio e pagamentos de propina aos agentes públicos. "De acordo com as investigações, a organização criminosa penetrou nos setores públicos assistenciais sociais no âmbito do estado do Rio de Janeiro e realizou fraude a licitações e contratos administrativos, desvio de verbas públicas e pagamentos de 'propinas' aos envolvidos nos esquemas criminosos", informou a PF em comunicado.
Os indícios de ilícitos envolvendo o irmão do governador, porém, são anteriores e remontam ao período em que Cláudio Castro era vereador do Rio de Janeiro, entre 2017 e 2019. Ao solicitar busca e apreensão contra Vinícius, a Polícia Federal citou suspeitas de que, naquela época, Vinícius operava um esquema de rachadinha para Cláudio Castro na Câmara de Vereadores do Rio. As provas começaram a ser colhidas pela Polícia Civil do Rio, na Operação Catarata, e agora estão sob responsabilidade da Polícia Federal.
Sob a gestão de Cláudio Castro como governador, Vinícius passou a ocupar o cargo de presidente do Conselho de Administração da Agência de Fomento e Investimentos do Estado do Rio de Janeiro (AgeRio).
A operação deflagrada nesta quarta-feira tem o objetivo de aprofundar as investigações para confirmar suspeitas de que, na atual gestão, Vinícius continuaria operando os desvios de recursos.
A defesa de Vinícius Rocha negou irregularidades na sua atuação e disse que apresentou petição ao STJ comunicando que o dinheiro em espécie estava devidamente declarado em seu Imposto de Renda. A defesa de Cláudio Castro afirmou que busca obter acesso à investigação antes de se manifestar.
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