Amanda Cotrim

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Cenário de guerra no Congresso argentino durante a votação da lei ônibus

Polícia e manifestantes entraram em confronto hoje, 12, do lado de fora do palácio legislativo, em Buenos Aires, enquanto do lado de dentro os senadores votam sobre o megaprojeto de lei, conhecido como lei ônibus, o maior projeto de lei, até o momento, proposto pelo presidente Javier Milei. Dezenas de organizações sociais, de direitos humanos, partidos de esquerda, estudantes e aposentados estiveram no protesto.

Registros mostram a polícia lançando gás lacrimogêneo em deputados e manifestantes em frente ao Congresso. Entre os legisladores feridos estão Carlos Castagneto, Luis Basterra e Juan Manuel Pedrini, do partido peronista- oposição a Milei- União pela Pátria. Um carro de televisão foi queimado e outro automóvel foi derrubado e um colchão próximo ao carro foi incendiado. A polícia usa um caminhão de água e bala de borracha e efeito moral para dispersar os manifestantes. Não há confirmação se houve pessoas detidas no protesto.

Em um vídeo na rede social que viralizou, uma jovem enfrenta um agente da polícia, dizendo que ele não deve reprimir o povo, porque o povo está lutando pelos direitos dele (policial). "Ainda dá tempo. Tira o capacete, vem para este lado, porque aqui nunca irão te empurrar". E continuou: "O povo te defende e está chorando, eu percebi, está caindo as lágrimas. Aqui podem estar seus filhos, seus netos, sua mãe".

O clima de tensão é um dos mais acentuados em um protesto de rua desde que assumiu Javier Milei, há seis meses. O governo cumpre o protocolo anti-protesto de rua, que permite que as forças de segurança reprimam os manifestantes que ocuparam as ruas para protestar.

Do lado de dentro do Congresso, senadores debatem o megaprojeto de lei, uma das maiores ambições da administração Milei, que aposta em sua aprovação para poder seguir com as reformas econômicas prometidas em campanha e também para se fortalecer politicamente, já que o projeto foi derrotada na primeira vez que foi a plenário e precisou passar por grandes mudanças. inicialmente, o texto tinha mais de 600 pontos e, atualmente, a lei tem um pouco mais de 200 artigos.

O megaprojeto de lei dá poderes especiais para Milei governar em diversas áreas econômicas, financeiras e administrativas sob decreto, altera leis trabalhistas, abre caminho para privatizações e permite a dissolução de organismos públicos, além de oferecer incentivos fiscais para empresas estrangeiras no país.

O texto foi aprovado na Câmara e agora é debatido no Senado. Contudo, com as modificações negociadas entre os senadores em relação ao texto que foi aprovado pelos deputados, o projeto precisará voltar à Câmara se for aprovado pelos senadores e passar novamente pela aprovação dos deputados.

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