Amanda Cotrim

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Reportagem

Fuga do 8/1: sobe para 119 total de brasileiros que pedem refúgio a Milei

Aumentou de 99 para 119 o número de brasileiros que pediram refúgio político ao governo de Javier Milei no primeiro semestre deste ano, segundo a Conare (Comissão Nacional para Refugiados) da Argentina.

Os pedidos acontecem em meio a fugas de condenados e investigados pelos ataques golpistas do 8 de Janeiro para a Argentina, conforme o UOL revelou em maio.

Até 7 de junho, a Conare havia contabilizado 99 pedidos de refúgio. Agora o órgão que recebe as solicitações informou que, durante todo o mês de junho, mais 20 brasileiros protocolaram pedidos.

O número mostra a dimensão das fugas de réus e condenados pelo 8/1. O governo Lula negocia com a Argentina a extradição dos foragidos em meio a atritos entre os presidentes brasileiro e argentino.

Para efeito de comparação, em 2023, foram apenas três pedidos de refúgio (dois em fevereiro e um em novembro).

Neste ano, os pedidos se concentram entre abril e junho --o período coincide com as fugas reveladas pelo UOL. Os envolvidos nos atos golpistas do 8/1 quebraram as tornozeleiras eletrônicas e fugiram do Brasil.

A reportagem entrevistou dois foragidos que entraram com pedidos de refúgio na Argentina para não serem presos ou extraditados para o Brasil.

A quantidade de pedidos de refúgio político de brasileiros só foi revelada pela Conare após pedidos de veículos de imprensa argentinos por meio da lei de acesso a informação.

A Conare —que integra o setor de migrações da Secretaria do Interior da Argentina— não revelou, contudo, os motivos dos pedidos de refúgio. Segundo o órgão, somente quando o status de refugiado é reconhecido é que o motivo de sua concessão é revelado, indicando, por exemplo, razões como etnia, religião, nacionalidade, pertencimento a um grupo social ou opiniões políticas.

Os 129 pedidos de refúgio feitos por brasileiros constam como iniciados, mas ainda sem conclusão.

De acordo com especialistas ouvidos pelo UOL, as solicitações não asseguram o refúgio definitivo, status que depende de análise da Conare, o que pode levar anos, já que não há um tempo determinado para as deliberações.

Mesmo assim, as solicitações de refúgio impedem as prisões dos foragidos, que alegam perseguição política no Brasil. Os brasileiros estão protegidos até que a Conare delibere as solicitações de modo definitivo.

O UOL revelou que condenados e investigados pelos atos golpistas receberam um documento de permanência provisória no país vizinho, autorizando-os a morar, trabalhar, estudar e usar serviços de saúde por três meses. O documento é renovável até que a solicitação definitiva seja deliberada.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do que informou a primeira versão deste texto e o título da chamada na home page do UOL, o número correto informado pela Conare é 119.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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