O silêncio dos ministros do Supremo no caso Alexandre de Moraes
Algo estranho ocorre desde que a Folha de S.Paulo jogou luz sobre a conduta do ministro Alexandre de Moraes no inquérito das fake news. Nenhum ministro do Supremo aceita sequer comentar o assunto em off, como nós jornalistas chamamos conversas em que a fonte não é exposta. Em on, então, nem pensar.
É como se todos os telefones tivessem sido colocados no silencioso e sem vibrar para evitar o tema. Até hoje, o ministro teve todo o apoio rápido dos colegas de Corte diante dos ataques que sofreu dos bolsonaristas, entre eles o próprio Jair Bolsonaro. Moraes já foi chamado de tudo. "Moleque, patife, canalha".
Ou os demais dez ministros estão combinando silenciosamente uma reação conjunta ou estão aguardando o que mais vem por aí.
O que sempre ouvi de ministros da Corte, e lá ninguém é amigo de ninguém, é que Moraes segurou a democracia na unha. Um reconhecimento do papel do ministro no período mais sensível da história do país desde a redemocratização. Razão pela qual sempre foi respeitado entre seus pares.
Ocorre que, na época da Vaza Jato, também ouvi de ministros que ninguém resiste a um vazamento de conversas no WhatsApp. Você que está lendo a coluna até aqui certamente perderia alguns amigos caso seu sigilo fosse exposto, não?
No caso de Moraes, contudo, as revelações podem fazê-lo perder mais do que amigos.
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