Andreza Matais

Andreza Matais

Só para assinantesAssine UOL
Opinião

Eleição transformou todo mundo em técnico de debate e motivo não é bom

A eleição para a prefeitura de São Paulo criou uma nova mania nacional. Agora todo mundo é "técnico" de debate de televisão. Coloca um ao lado do outro, afasta os candidatos, tira a cadeira, coloca a cadeira, deixa brigarem, para que convidar o Pablo Marçal? O mediador não pode agir assim ou assado... Basta ler os comentários nas reportagens sobre o tema para ver que sobram ideias.

Assim como na Copa do Mundo, quando todo brasileiro vira técnico de futebol, a eleição em São Paulo estourou a bolha e tem mexido com as emoções país afora. Duvido que você não tenha um parente ou conhecido que já disse que irá votar em X ou Y, mesmo não votando em São Paulo.

E isso não tem a ver apenas com estarmos falando da maior cidade do país ou com o fato de que o vencedor irá administrar R$ 119 bilhões a partir de 1º de janeiro, o maior volume de recursos da história de São Paulo. Essa eleição ganhou as rodas de conversa porque virou briga de rua e expôs o pior lado de todos.

A candidata que solta palavrão; o apresentador de TV que arremessa uma cadeira na cabeça de seu oponente; o prefeito que reforça fake news; o candidato que aproveita uma cena de violência para tirar proveito político; e o influenciador que veio para causar.

Assim, os debates em São Paulo viraram o BBB da vez, com pay-per-view oferecido de graça pelos candidatos em suas redes sociais 24 horas por dia.

Mas até na bagunça é preciso ter regras. O debate do UOL/Folha vai inovar ao permitir que os candidatos se manifestem em qualquer pergunta, mesmo que não tenha sido dirigida a eles. Assim, cobrará maturidade dos participantes. Quem falar demais vai perder a voz e nem poderá culpar o coleguinha por isso.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.