PGR livra Renan e Braga de acusação de receber propina da Hypermarcas
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu pelo arquivamento do inquérito que acusou os senadores Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM), ambos do MDB, de receberem propina para defender os interesses do Grupo Hypermarcas na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A Polícia Federal indiciou os dois políticos, além do ex-senador Romero Jucá (RR), pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A PGR não viu elementos que comprovassem o envolvimento de Renan e Eduardo Braga no esquema, razão pela qual o procurador-geral opinou pela remessa do caso para a Justiça do Distrito Federal — instância para as pessoas sem prerrogativa de foro.
A conclusão da PGR, à qual a coluna teve acesso, é da última quarta-feira (2).
Os políticos foram citados na delação de Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas. Segundo ele, as propinas eram negociadas pelo lobista Milton Lyra.
A PGR afirma não ter encontrado provas de ligação do lobista com Renan e Eduardo Braga.
A procuradoria concluiu que Lyra recebeu repasses da farmacêutica, mas afirma não ter elementos para acusar Renan e Eduardo Braga.
"Não há evidências que demonstrem que os dois parlamentares foram os destinatários finais das vantagens ilícitas", registrou Gonet.
A PGR afirma que o relatório de inteligência financeira indica transações atípicas dos dois senadores, mas "sem conexão com o contexto apurado".
O pedido de arquivamento se baseia no fato de que as acusações contra os dois senadores ficaram restritas à palavra do delator.
A PGR afirmou que, ainda assim, há "baixa densidade probatória" dos delatores, muitos dos quais disseram apenas que "ouviram dizer" que os senadores pediram R$ 15 milhões para influenciar decisões na Anvisa.
Renan disse que não irá comentar o assunto. Braga não foi localizado pela reportagem.
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