Dia da Mentira: o socialismo de Carluxo e o vídeo fake do capitão
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Os Bolsonaros, pai e filho, resolveram comemorar em grande estilo o 1º de abril, conhecido como o Dia da Mentira.
Enquadrado pelos militares na véspera para moderar o discurso na TV, visivelmente contrariado, o novo figurino de Bolsonaro resistiu menos de 12 horas no ar.
Logo cedo, ele voltou para os braços e os conselhos do filho Carluxo, o 02, que agora tem sala no Palácio do Planalto, e voltou ao ataque contra "alguns" governadores e "alguns" prefeitos, responsabilizando-os pelo "desabastecimento", que não existe.
Ao publicar vídeo fake enviado por um apoiador, Bolsonaro endossou a fala irresponsável de um desconhecido.
As imagens mostravam um armazém vazio no Ceasa de Belo Horizonte.
Era a prova que o presidente buscava para mostrar que as medidas de isolamento social, defendidas pelo Ministério da Saúde e pela OMS, estavam deixando o povo sem alimentos.
Só que na mesma hora um repórter da CBN resolveu ir até lá para ver com os próprios olhos o que estava acontecendo e descobriu a maracutaia.
O vídeo tinha sido feito num dia de limpeza geral do Ceasa e, nesta quarta-feira, estava tudo normal, com os boxes do mercado lotados de frutas e verduras, com caminhões aguardando para desembarcar as mercadorias.
Na reportagem, o repórter Bruno Bohnenberger, contou que, segundo os comerciantes, havia até produtos em excesso por causa da baixa procura por conta da pandemia do coronavírus.
É por isso que Bolsonaro odeia a imprensa. Os repórteres são danados para mostrar, com fatos, as mentiras que ele publica alegremente nas redes sociais.
E o que fez o capitão? Pego em flagrante, simplesmente, apagou o vídeo que publicara às 7h35. É assim que ele governa o país.
Mais ou menos na mesma hora, no comando do "gabinete do ódio", agora com mais conforto, Carlos Bolsonaro também foi ao Twitter para advertir os brasileiros sobre o perigo que estão correndo com a chegada dos "vermelhos", certamente comandados pelo banqueiro Paulo Guedes:
"O desenho é claro: partimos para o socialismo. Todos dependentes do estado para comer, grandes empresas vão embora, o pequeno investidor não existe mais. Conseguem a passos largos fazer o que tentam desde antes de 1964. E tem gente preocupada com a fala do presidente".
Fazia referência ao vale de R$ 600 por três meses que o governo resolveu conceder aos mais pobres durante a crise provocada pela pandemia.
Detalhe: até o momento da publicação desse texto, três dias depois de aprovado no Congresso, o pai presidente ainda não havia assinado o decreto.
Vida que segue.
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