Corrupção no PSDB: o que têm a dizer FHC e Moro?
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Denúncias de corrupção contra tucanos de alta plumagem são sempre assim: fazem rápidas aparições no noticiário, e logo desaparecem.
Ao contrário do que acontecia com o PT no auge da Lava Jato, quando Sergio Moro foi promovido pela mídia amiga a herói nacional, os casos mais recentes envolvendo os ex-governadores tucanos Geraldo Alckmin e José Serra não provocam grandes repercussões, com declarações indignadas de arautos do combate à corrupção (dos outros) e extensa cobertura no Jornal Nacional.
Uma aura de mistério sempre envolve a corrupção no PSDB, em que se fala mais de quem paga do que de quem recebe a propina do caixa dois.
Sempre tão falantes e eloquentes quando se trata de dar entrevistas sobre acusações contra Lula e o PT, dois personagens midiáticos ainda não deram o ar da graça para comentar as últimas denúncias contra Alckmin e Serra: Fernando Henrique Cardoso e Sergio Moro.
Patrono do partido, o ex-presidente FHC sumiu de cena. Não apareceu nem para cumprir tabela na defesa dos seus ex-correligionários.
Ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro de Bolsonaro, Moro também achou por bem ficar longe desse assunto, que é a sua especialidade. Está mais preocupado em se posicionar para 2022, bem longe do governo e de bolas divididas.
Nos seus cálculos, deve disputar o eleitorado tucano que ficou órfão com o próprio Bolsonaro, que já está em campanha pela reeleição.
Por isso, achou melhor falar hoje de mais um motivo para ter deixado o governo: não concordava com a posição do presidente sobre o combate à pandemia.
Curioso que ele não se manifestou sobre este tema quando era ministro da Justiça e ficou mudo durante a célebre reunião com Bolsonaro no dia 22 de abril.
O próprio Serra não apareceu até hoje para falar sobre o conjunto de denúncias de corrupção feitas pela Justiça contra ele e sua filha Verônica, com ramificações na Suíça e em outros paraísos fiscais. .
Limitou-se a divulgar duas notas da sua assessoria negando tudo e acusando os investigadores de fazer "espetacularização" sobre casos antigos.
A única informação sobre o senador é que ele está fazendo um tratamento de saúde num spa no interior de São Paulo.
Alckmin, o "Santo" das planilhas da Odebrecht, deu algumas entrevistas para se defender e, até onde se sabe, está cuidando do programa de governo do prefeito Bruno Covas na campanha para a reeleição.
Sobre Aécio Neves, que foi pego em flagrante recebendo dinheiro de Joesley Batista, da JBS, não se teve mais notícia.
Quando se trata de tucanos, o buraco é mais embaixo.
Vida que segue.
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