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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Presença de Moraes em churrasco no Alvorada reforça proximidade com Lula

Do UOL, em Brasília

29/05/2023 16h09Atualizada em 27/09/2023 14h46

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Clima descontraído, música ambiente e a recepção de um presidente que, mesmo depois de maratonas de viagens, se mostrava bastante disposto e animado. Foi assim que alguns dos cerca de 30 convidados para o churrasco na última sexta-feira (26) no Palácio da Alvorada descreveram o clima e o astral de Lula (PT).

Os convites, segundo apurou a coluna, foram feitos na quinta-feira à noite. Lula já vinha prometendo em suas conversas com auxiliares e outras autoridades que retornaria o hábito de realizar confraternizações — e churrascos — nas residências oficiais. Mas a decisão, dizem auxiliares, foi tomada de última hora.

A lista de convidados foi feita de modo informal, com a participação da primeira-dama Janja da Silva.

Entre os presentes, chamou a atenção o ministro do STF Alexandre de Moraes. Atual presidente do TSE, o ministro — algoz do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — tem mantido uma relação próxima a Lula.

Na semana passada, antes da indicação dos dois novos ministros do TSE, Moraes e Lula almoçaram juntos e o presidente autorizou que Moraes fizesse o anúncio dos escolhidos numa sessão do STF.

A proximidade de Lula e Moraes tem sido tratada por auxiliares do presidente como algo "normal e institucional", mas há quem reconheça que a relação harmoniosa dos dois em contraste aos embates do ministro do STF com o ex-presidente Bolsonaro dão margem para "teorias" e "narrativas" da oposição.

Em dezembro do ano passado, Moraes também foi alvo de críticas por participar de uma festa — com samba — logo após a diplomação de Lula como presidente eleito.

No churrasco do Alvorada, conforme mostrou a colunista Mônica Bergamo, Lula disse a Moraes que vai indicar nesta semana o ministro do STF para ocupar a vaga de Ricardo Lewandowski, que também estava no churrasco.

No time do Judiciário, o outro convidado foi Gilmar Mendes, decano do STF.

Apesar de aumentar a expectativa de um anúncio em breve, alguns auxiliares políticos de Lula têm aconselhado que o presidente aguarde o fim da votação do arcabouço fiscal no Senado para só depois enviar à sabatina o nome de Cristiano Zanin, favorito à cadeira.

Rodinhas de conversas

A prática de oferecer pequenas festas a amigos e ministros era comum nos governos anteriores do petista e Lula vinha avisando que retomaria os convescotes.

Nas rodinhas de conversa, Lula brincou com o comando da churrasqueira, que ficou com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e fez provocações ao ministro Paulo Pimenta (Secom), que é gaúcho e não estava cuidando da picanha.

Cadê Pacheco e Lira?

Ao menos duas importantes ausências foram sentidas entre os convidados: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Dos dois lados, porém, a falta de convite por parte de Lula foi minimizada. Auxiliares do presidente disseram que foi algo informal e para pessoas "mais próximas". E do lado dos congressistas, o retorno é que não há problema nenhum em deixarem de ser convidados para "pequenos encontros pessoais do presidente".

Lista de presentes

Além do trio do Judiciário — Moraes, Gilmar e Lewandowski — e dos ministros Fávaro e Pimenta, estiveram presentes: os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Flávio Dino (Justiça), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Anielle Franco (Igualdade Racial), Margareth Menezes (Cultura), Luiz Marinho (Trabalho).

De parlamentares estiveram os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que são líderes do Senado e do Congresso, e deputado José Guimarães (PT-CE), que é líder do governo na Câmara.