Carla Araújo

Carla Araújo

Reportagem

Ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio negará reunião com hacker e estuda ação

O ex-ministro da Defesa e general Paulo Sérgio Nogueira mantém a reclusão desde que deixou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas acompanha o depoimento do hacker Walter Delgatti na CPI de 8 de Janeiro hoje (17).

Fontes que conversaram com o ex-ministro relataram à coluna que Paulo Sérgio nega qualquer encontro com o hacker.

Segundo relatos do ex-ministro, Delgatti estaria "mentindo descaradamente" e "fantasiando situações".

A aliados, Paulo Sérgio afirma que nunca esteve com Delgatti e que ele só teria sido recebido uma vez em uma reunião no Ministério da Defesa. O encontro teria sido rápido e com a presença apenas de um técnico da pasta.

Fontes ligadas ao ex-ministro dizem que o técnico que recebeu Delgatti dispensou o hacker logo após verificar que ele "não acrescentaria nada ao trabalho da equipe".

Paulo Sérgio disse que ainda avalia se tomará medidas judiciais contra o hacker e afirmou a aliados que vai aguardar o fim da sessão de hoje para tomar uma decisão.

À CPI, Delgatti afirmou que foi diversas vezes ao Ministério da Defesa conversar com os servidores delegados para inspecionar as urnas eletrônicas no TSE.

Ele afirmou que os funcionários da Defesa tentavam decorar o código fonte e outros detalhes do sistema eleitoral para repassar a ele. "A ideia inicial era eu inspecionar o código fonte e apenas os servidores da Defesa tinham acesso. Eles acabavam decorando o pedaço do código e me repassando. Eu dei orientações [a eles]", disse.

Atual ministro diz que tomará providências

Ontem, em entrevista exclusiva ao UOL, o atual ministro da Defesa, José Múcio, confirmou que o hacker Walter Delgatti Neto esteve no prédio da pasta na gestão de Jair Bolsonaro e disse que a Polícia Federal analisa com quem ele esteve em contato no local.

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Ele esteve lá [no prédio do ministério], mas preciso saber com quem ele esteve, com quem ele conversou. Vou afastar [quem esteve em contato] para que a Polícia Federal apure se a conversa foi comprometedora ou não. Aqueles que tiverem compromisso com o ilícito, com o crime, serão afastados.
José Múcio Monteiro, em entrevista ao UOL

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