Carla Araújo

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Reportagem

'Superquinta' na PF tem Bolsonaro e 20 depoimentos simultâneos sobre golpe

A Polícia Federal marcou para esta quinta-feira, às 14h30, o depoimento de 21 investigados por suspeita de tramarem um golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

O objetivo dos investigadores, ao agendar os depoimentos no mesmo horário, é impedir a combinação de versões. É a mesma estratégia utilizada nos depoimentos do inquérito que apura a venda de joias quem envolve Bolsonaro e aliados.

Entretanto, os depoentes podem ficar em silêncio. A defesa de Bolsonaro pediu para que ex-presidente não precise comparecer à sede da PF, mas o ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou.

O advogado Fabio Wanjgarten avisou que o ex-presidente ficará em silêncio. A defesa espera que a maior parte dos aliados também adote essa estratégia de não falar.

Quem são os intimados

Brasília:

  • Jair Bolsonaro
  • General Augusto Heleno
  • Anderson Torres
  • Marcelo Costa Câmara
  • Mário Fernandes
  • Tércio Arnaud
  • Almirante Almir Garnier
  • Valdemar Costa Neto
  • General Paulo Sérgio Nogueira
  • Cleverson Ney Magalhães
  • General Braga Netto

Rio de Janeiro:

  • Hélio Ferreira Lima
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  • Ailton Gonçalves Moraes de Barros
  • Rafael Martins Oliveira
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Mato Grosso do Sul:

  • Laércio Virgílio

Espírito Santo:

  • Ângelo Martins Denicoli

Ceará:

  • General Estevam Theophilo (sexta-feira)
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Momento político e "perseguição"

Aliados de Bolsonaro e integrantes do governo fazem uma leitura distinta sobre o momento das intimações feitas pela PF.

Do lado do ex-presidente, o discurso é que o ministro Moraes, do Supremo, mantém "uma perseguição" contra Bolsonaro e que a PF está tentando esvaziar as manifestações convocadas para o próximo dia 25.

Assim como os advogados do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reclama dos "superpoderes" de Moraes e diz que o princípio da ampla defesa tem que ser respeitado.

"Isso só reforça o que nós temos denunciado há muito tempo, que há uma perseguição implacável contra Bolsonaro", disse ao UOL o filho "01" do ex-presidente.

O senador vincula as intimações com a crise diplomática com Israel causada por declarações do presidente Lula. Para Flávio, existe uma tentativa de desviar o foco da sociedade para outro assunto.

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Por outro lado, integrantes do governo rechaçam qualquer ligação das convocações do grupo de Bolsonaro para depor com a crise recente causada por Lula e salientam a independência da Polícia Federal.

Aliados de Lula inclusive se dividem sobre o "timing" ajudar ou atrapalhar as manifestações convocadas por Bolsonaro.

Apesar disso, o entorno do presidente Lula reforça que as autoridades não podem se "intimidar" com as manifestações convocadas por Bolsonaro e que a tentativa de golpe tem que continuar a ser investigada, e os eventuais culpados, punidos.

O diretório estadual de São Paulo do PT pediu ao Ministério Público que adote medidas para prevenir e investigar eventuais crimes contra o Estado Democrático de Direito, de financiamento irregular do ato e de propaganda eleitoral antecipada no ato do dia 25.

Reportagem

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