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Carlos Madeiro

REPORTAGEM

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Irmão de Ciro, Cid critica racha no CE e fala em reatar com PT no 2° turno

Cid cola adesivo de seu irmão Ciro em carro, em Sobral (CE) - Reprodução/Instagram Ivo Gomes
Cid cola adesivo de seu irmão Ciro em carro, em Sobral (CE) Imagem: Reprodução/Instagram Ivo Gomes

Colunista do UOL

03/09/2022 13h49

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O senador Cid Gomes (PDT-CE) falou hoje pela primeira vez sobre o fim da aliança e racha da sua família na eleição estadual após a divisão entre PDT e PT no Ceará. Ele participou de um ato de campanha pró-Ciro Gomes (PDT) em Sobral, onde aproveitou e declarou apoio público ao candidato petista ao Senado, o ex-governador Camilo Santana.

"Eu iniciei aqui em Sobral essa aliança em 1996, e lá se vão mais de 25 anos, entre o meu partido e o PT . Eu me sinto patrono dessa aliança, que depois se estendeu para o estado" afirmou.

"Por razões alheias e contra a minha vontade, essa aliança se desfez agora. Eu tenho esperança que essa relação seja tratada no segundo turno. Para que aconteça, eu vou me preservar nesse primeiro turno para tentar ser esse catalisador, o cupido da renovação dessa aliança", afirmou o senador.

Essa foi a primeira vez que Cid falou publicamente sobre o racha com os irmãos no processo de escolha do PDT para o nome ao governo do estado.

No Ceará, o PDT decidiu lançar o ex-prefeito Roberto Claudio como candidato ao governo, deixando para trás a governadora Izolda Cela (sem partido). A escolha foi tomada pelo diretório estadual do partido, mas contou com negociações de Ciro Gomes, à revelia de Cid e do seu outro irmão, o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT).

Izolda era o nome de consenso dos partidos aliados ao PDT, em acordo também com Cid Gomes. Entretanto, em busca de um palanque mais fiel à sua candidatura à Presidência, Ciro interveio e negociou a escolha de Claudio, levando ao rompimento de uma aliança entres os grupos que governaram o Ceará por 15 anos.

Em resposta à escolha, o PT lançou o nome de Elmano de Freitas para o governo, com apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Também chateada, Izolda saiu do PDT e está sem partido. Ela afirmou que não fará campanha para Roberto Claudio, mas também não declarou apoio a Elmano.

Cid cola adesivo do petista Camilo Santana - Reprodução/Instagram Ivo Gomes - Reprodução/Instagram Ivo Gomes
Cid cola adesivo do petista Camilo Santana
Imagem: Reprodução/Instagram Ivo Gomes

Questionado por que não estaria fazendo campanha para nenhum dos candidatos ao governo, Cid disse que não enxerga chance da eleição no Ceará ser decidida no primeiro turno e prefere esperar.

"Se eu for tomar partido agora, chancelando essa quebra de aliança, eu vou encontrar dificuldade de reatar essa relação no segundo turno", afirmou, citando que a neutralidade dele será importante para desfazer o ruído entre PT e PDT no estado.

"Então, no segundo turno é importante que a gente mantenha os canais abertos. Como essa separação foi contra a minha vontade, a melhor conduta que eu achei foi essa: vou trabalhar [no primeiro turno] pelo Ciro, para o Camilo para senador".

Entre os candidatos ao governo do Ceará, segundo pesquisa do Ipec divulgada na quinta-feira, Capitão Wagner (União Brasil) e Roberto Claudio estão tecnicamente empatados em primeiro lugar com 32% e 28%, respectivamente —a margem de erro é de dois pontos percentuais.

  • Capitão Wagner (União) - 32%
  • Roberto Cláudio (PDT) - 28%
  • Elmano de Freitas (PT) - 19%
  • Brancos e nulos - 10%
  • Não souberam - 10%

A pesquisa ouviu 1.200 pessoas entre os dias 29 e 31 de agosto em 56 municípios cearenses. O levantamento está registrado no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) sob o número CE-08708/2022 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05276/2022.