Braskem fecha acordo com Maceió e pagará R$ 1,7 bilhão por afundar bairros
A petroquímica Braskem vai pagar R$ 1,7 bilhão de indenização à Prefeitura de Maceió. O valor é referente ao processo que envolve a mineração de sal-gema na capital alagoana — que causou afundamento do solo e resultou na desocupação forçada de 17 mil imóveis.
O que aconteceu
A empresa não explicou como será feito o pagamento. A nota de fato relevante divulgada hoje aos acionistas e ao mercado diz apenas que "cerca de R$ 700 milhões já haviam sido provisionados pela companhia em exercícios anteriores".
O Termo de Acordo Global estabelece a indenização, compensação e ressarcimento integral do município de Maceió em relação a todo e qualquer dano patrimonial e extrapatrimonial por ele suportado, e está sujeito à homologação judicial.
Nota da Braskem
A Prefeitura de Maceió ressaltou que o acordo não invalida as ações ou negociações entre a Braskem e os moradores das regiões afetadas. De acordo com a administração municipal, os "recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores".
O prefeito João Henrique Caldas (PL), o JHC, comemorou o acordo nas redes sociais e disse se tratar da "maior ação de recuperação de danos ambientais da história de uma cidade". "Vamos fazer o maior investimento público que a cidade já viu", afirmou.
A capital alagoana registra desde 2018 afundamentos de solo em cinco bairros causado pela mineração de sal-gema da Braskem — que começou em 1975. A mineração criou crateras subterrâneas, que fizeram casas e prédios racharem.

Prejuízo e ações na Justiça
Além da prefeitura, o governo do Estado também está tentando uma indenização pelos órgãos públicos perdidos no local e perda de arrecadação causada pela quebra de comércios na região.
A Justiça chegou a bloquear, em abril, R$ 1 bilhão da Braskem, mas a liminar foi revogada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.
Recentemente, o Estado também publicou nota de fato relevante pedindo para participar nas negociações de venda da participação da Braskem pela Novonor (antiga Odebrecht), alegando que a empresa estaria confundido investidores.
Em nota, a Braskem disse que até março já desembolsou R$ 7,5 bilhões com indenizações e medidas socioambientais e econômicas em Alagoas. Alega ainda que as provisões para pagamento já feitas somam mais de R$ 13 bilhões.

28 comentários
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.
Luiz LC LC
sabe quando a população vai ver esse dinheiro??? o certo deveria fazer casas e entregar para quem tem direito
Júlio Shiogi Honjo
Dá 100 mil por imóvel. É muito pouco, pois o custo de um imóvel do Minha Casa Minha Vida, faixa 1, destinado a cidadãos em situação de vulnerabilidade, passa de 150 mil.
Marcos Fracarolli Dias
Vou abrir uma mineradora, negocio mais lucrativo que tem no Brasil. Depois de lucrar dezenas a centenas de bilhoes de reais, pago uma esmolinha de alguns bilhoes, fingindo que o preço médio de um imóvel forçosamente desocupado por ações de degradaçao do solo custa entre 50 a 100 mil reais, pago alguns milhoes com marketing e media training pra divulgar minhas açoes e pra fingir que fiz tudo o que pude para ajudar as familias afetadas, sem nunca ter um ano sequer operando com prejuízo. Vale fez isso em MG, agora a Brasken faz o mesmo. E enquanto isso as nossas autoridades policiais, MP e Justiça se preocupando em colocar mais alguns traficantes de meia tigela com trouxinha de maconha e R$ 50 no bolso na cadeia, sem nenhuma preocupaçao em reparação justa ou em colocar na cadeia os responsáveis pelo dano à sociedade pelos erros de mineração.