AM: relatório de 2014 alertou para cicatriz de 90m e risco a vila destruída
Um relatório produzido pelo SGB (Serviço Geológico do Brasil), em 2014, alertou as autoridades sobre o risco alto de deslizamentos de terra na Vila do Arumã, em Beruri (AM). No local, geólogos encontraram uma cicatriz de 90 metros, que mostraria haver, já àquela altura, um processo de deslocamento de massa.
No sábado, um deslizamento desse barranco matou dois irmãos, de 6 e 16 anos, além de ter destruído por completo 45 casas e deixado outras 30 desocupadas em situação de risco.
Até ontem ao fim da tarde, equipes de resgate buscavam três pessoas que estavam desaparecidas no local.
O que diz o relatório
O relatório da SGB é de julho de 2014 (veja aqui). A equipe foi até o município e classificou oito setores de risco geológico, entre eles a vila que foi totalmente destruída.
A comunidade localizada às margens direita do rio Purus, segundo o SGB, já havia sido afetada por deslizamentos, as chamadas regiões de "terras caídas".
Cicatriz de deslizamento de 90 metros é um indicativo que o processo está atuante. A água se concentra no meio da cicatriz em episódios de chuva. Risco de desabamento e soterramento de flutuantes próximo ao talude.
Relatório SGB de 2014
Na vistoria, o SGB aponta ainda que o talude tinha cerca de 30 metros de altura durante o período, com 60º de inclinação em um solo argiloso. Para agravar ainda mais, os geólogos apontam que o local fica próximo à "curva do rio afetada pela erosão fluvial."
Após a vistoria, o relatório indica que seriam necessárias as seguintes ações para acabar com o risco:
- Obras de contenção da base do talude;
- Sistema de drenagem pluvial para direcionar a água corretamente;
- Monitoramento das feições erosivas;
- Educação ambiental para população;
- Remoção de moradias em episódio de chuvas intensas
A coluna tentou contato com a prefeitura de Beruri, mas não obteve contato. O espaço está aberto para manifestação.
Governo faz força-tarefa
Após o acidente, o governo do estado montou uma força-tarefa que atua no local com cerca de 30 profissionais de diferentes órgãos, para atender moradores da comunidade.
O governo do Amazonas ainda afirmou que vai entregar 150 cestas básicas, 150 kits de higiene pessoal, além de garrafões de água e frangos aos moradores que ficaram desabrigados.
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