'Já sabe quem foi': mulher avisou amiga sobre marido 2 dias antes de morrer
Dois dias antes de ser morta, a empresária Carla Janiere Barros, 24, avisou a uma amiga que se sentia ameaçada pelo marido Jeferson Marcos Timóteo da Silva e que, se algo ocorresse com ela, seria ele o responsável, e pediu um favor.
Não importa qualquer coisa, fale pra minha família.
Carla Janiere
Na terça-feira, ela foi morta a tiros dentro da loja que era proprietária. Instantes antes, o marido dela foi até ao local e foi filmado fazendo ameaças e quebrando uma bancada do estabelecimento no município de Murici (55 km de Maceió).
A polícia prendeu Jeferson em flagrante na terça-feira após o crime, e ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça após a audiência de custódia. Ele será indiciado por feminicídio.
Mensagens de alerta e medo
Na troca de mensagens com a amiga, que pediu para não ser identificada nem dar entrevistas, Carla diz que "caso aconteça algo comigo, já sabe quem foi né?"
Em seguida, a amiga pede para que ela não fale isso e comenta que ela está "nervosa".
Segundo Débora Joyce, amiga e funcionária que filmou as ameaças, Carla era casada havia quatro anos e o casal costumava brigar por ciúmes.
À reportagem, ela também enviou prints de mensagens que teriam sido mandadas por Carla em que há reclamações de que Jeferson "queria ter vida de solteiro."
Ela tinha um certo medo, eu via no olhar dela. Ela me mandou mensagens falando que não estava aguentando mais [o casamento].
Débora afirma que Carla nunca havia procurado a polícia para denunciar o marido e assegura que nunca ouviu Jeferson ameaçar. "Se teve, ela tinha medo de me contar."
Roubo à loja
Além do feminicídio, a polícia em Murici abriu um outro inquérito para investigar o roubo dos pertences da loja de Carla.
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Quero receberA polícia informou que já esteve no local e constatou que a loja está fechada e sem bens. O empreendimento foi aberto há cerca de 20 dias.
Ainda segundo a polícia, os vizinhos disseram que a família de Jeferson levou os produtos e acessórios da loja em um caminhão baú.
O UOL procurou a defesa de Jeferson, mas o advogado disse que qualquer manifestação sobre o caso só será feita dentro do processo.
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