Dócil, curioso e em risco de extinção: conheça peixe de 200 kg achado no RN
Um peixe da espécie mero com 200 quilos foi encontrado na última terça-feira (5), às margens de um canal de abastecimento de fazenda de produção de camarões, na cidade de Pendências (RN).
É um peixe gigante, mas extremamente dócil e curioso. Conhecido como "senhor das pedras", na tradução tupi-guarani, ele não tem predadores naturais, mas a pesca está proibida pelo risco de extinção, justamente por ser facilmente capturado pelo homem.
O peixe encontrado em Pendências tinha quase dois metros de comprimento e já estava morto, em estado de decomposição.
Apesar de o tamanho ter chamado a atenção —e o fato ter viralizado nas redes sociais—, o peixe achado era um jovem adulto, pequeno para os padrões dos meros, que pesam até 400 quilos.
Busca por comida
Segundo o biólogo e presidente da Associação Tubarões da Costa-RN, Lucas Werner, a espécie deve ter ido parar no canal em uma busca por comida.
Muito possivelmente ele deve ter entrado por algum canal de abastecimento dos viveiros que têm ligação com o rio. Crustáceos e peixes estão dentro da dieta do animal e vivem dentro desses viveiros.
Lucas Werner
Os meros, diz o biólogo, quando são mais jovens, costumam ficar em ambientes estuarinos (local onde rios desembocam). Ao crescerem mais, exploram áreas de recife e em que ocorreram naufrágios com até 50 metros de profundidade.
Segundo a literatura científica, eles gostam de regiões com grandes buracos e cavernas, próximos do local de desova.
Risco de extinção
Mesmo sem predadores, o peixe mero corre risco de extinção por ser uma espécie considerada dócil e curiosa, explica o biólogo Werner. Por isso, a pesca é proibida integralmente no Brasil desde 2002.
Ele é ameaçado por ser um peixe que permite aproximação e viver no estuário. Então, eles são bastante capturados.
Lucas Werner
O projeto Meros do Brasil busca preservar a espécie e fazer com que ela não desapareça.
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Quero receberSegundo o projeto, o peixe mero também é conhecido como bodete, canapú, badejão ou merote. Ele foi descrito pela primeira vez em 1822.
Uma curiosidade é que todos os meros nascem fêmeas. Após a primeira reprodução —por volta dos 6 a 8 anos, quando se tornam sexualmente ativos—, algumas delas se transformam em machos, o que garante a continuidade da espécie.
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