Peixe-boi Tinga é encontrado ferido, e biólogo suspeita de ataque com facão
Batizado de Tinga, um peixe-boi que vive no mar, entre as regiões sul de Alagoas e norte de Sergipe, foi encontrado ontem com um corte profundo na cabeça. A espécie é ameaçada de extinção e alvo de medidas de conservação.
Um vídeo divulgado pelo Instituto Biota de Conservação mostra o animal ferido no povoado Saramem, em Brejo Grande (SE), na região da foz do rio São Francisco.
Segundo o biólogo Bruno Stephanis, diretor do instituto, Tinga já tinha sido visto com ferimentos nas nadadeiras e no dorso há algumas semanas, também provocados por um objeto cortante, que ele acredita ser um facão. "Esse novo ferimento é bem grave. E estão atacando-o vezes seguidas, não foi uma tentativa só."
No ataque passado, uma equipe da FMA (Fundação Mamíferos Aquáticos) —que atua na proteção da espécie no lado sergipano— foi acionada e prestou atendimento ao animal, fazendo os devidos curativos. Agora, diante de um ferimento mais grave, Tinga será avaliado por veterinários.
Vamos conversar com a FMA para ver como será o manejo, mas ele passará por uma avaliação para sabermos o que será necessário fazer. Recebemos o vídeo hoje [segunda-feira] à tarde e não tivemos tempo ainda de agir.
Bruno Stephanis
Tinga vive na região na foz do São Francisco, especialmente entre Piaçabuçu (AL) e Brejo Grande, mudando sempre de margem e lado da divisa dos estados.
É um animal de aproximadamente três metros de comprimento e mais de 400 kg. Ele é monitorado por meio de um transmissor instalado em 2021.
Stephanis explica que, caso o animal esteja em Alagoas hoje, ele deverá passar por consulta pelo Instituto Biota. Se estiver no lado sergipano, será visitado pela FMA, que já foi informada da situação.
Além disso, Stephanis informou que vai comunicar o caso à polícia, aos órgãos ambientais e ao MPF (Ministério Público Federal) para que o caso seja investigado e se adote ações de proteção à espécie.
Precisamos dos dois estados agindo, pois não sabemos se essas agressões são feitas aqui [em Alagoas] ou em Sergipe.
Bruno Stephanis
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