Candidatos gastaram R$ 55,8 milhões na Meta para impulsionar posts; ranking
Os candidatos a prefeito e vereador do país já gastaram R$ 55,8 milhões para impulsionar conteúdos nas plataformas da Meta, o que inclui Instagram, Facebook e Threads. Isso faz a empresa de Mark Zuckerberg ser a que mais recebeu dinheiro nas eleições de 2024.
Os dados são da prestação de contas parcial até a manhã desta quarta-feira (25), entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e disponíveis para consulta pública no portal Divulgacand.
O registro contabiliza apenas os pagamentos diretos de campanhas e não inclui gastos terceirizados (por exemplo, feitos por agências de comunicação contratadas por candidatos).
O impulsionamento é usado para que uma postagem não se limite ao alcance natural do seu perfil, ou seja, apenas às pessoas que o seguem.
Para impulsionar (ou promover) um post, o responsável paga para que o conteúdo seja exibido para um público maior e com perfil escolhido pelo usuário. Assim, campanhas podem definir se uma postagem deve ser mostrada apenas a um grupo determinado, como de mulheres ou jovens, por exemplo.
A Meta monopoliza as principais redes sociais e seus usuários, que são essa audiência do mundo digital. A consequência disso é que ela concentra a maior parte da publicidade eleitoral. E, com o 'X' fora do ar, essa concentração de usuários de outras redes amplia o domínio de Facebook e Instagram, que são --disparados-- as redes com mais usuários
Júlio Arantes, coordenador do grupo de pesquisa Crítica da Economia Política da Comunicação, da Ufal
Os quatro candidatos que mais gastaram até aqui são de apenas duas capitais, que por sinal têm eleições bem acirradas: Fortaleza e São Paulo.
Da capital cearense, vem o líder em gastos com o impulsionamento até aqui: o prefeito José Sarto (PDT), que já gastou 3,7 milhões com o serviço da Meta. Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, vem em seguida, com R$ 2,4 milhões.
Juntos, eles somam 11% do total gasto por todos os candidatos do país. Segundo o TSE, 12,5 mil candidatos usaram o recurso em suas campanhas (foram mais de 400 mil registros recebidos este ano).
Entre os 20 primeiros, seis são candidatos na capital paulista —três disputam a prefeitura e três concorrem a vaga na Câmara de Vereadores.
Para efeito de comparação, em 2020, nos dois turnos de campanha, foram gastos R$ 35,5 milhões (R$ 46,9 milhões, em valores corrigidos pelo IPCA). Na ocasião, a Meta foi o segundo colocado no ranking de fornecedores das eleições, perdendo para uma operadora bancária (setor que, historicamente, liderava esse ranking).
Desde 2016, as campanhas eleitorais têm limites de gastos definidos pelo TSE para cada cidade. Eles foram definidos com base nos gastos das eleições municipais de 2012, o que gerou distorções de gastos entre as cidades.
Já nas eleições de 2022, também somando os dois turnos nas eleições federais e estaduais, o total gasto foi de 129,3 milhões com a Meta (R$ 141,4 milhões, em valores atuais).
As eleições federal e estadual, porém, tiveram 60% mais gastos com fornecedores em relação às municipais, segundo dados do TSE com valores corrigidos.
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