CE: Foragido, prefeito eleito obtém diplomação ao mandar filho em seu lugar
O prefeito eleito de Choró, Bebeto Queiroz (PSB), foi diplomado por procuração pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Ceará durante cerimônia no último sábado (14). Por estar foragido da Justiça, quem compareceu ao ato oficial no lugar dele foi o filho, Daniel Queiroz.
O MP-CE (Ministério Público do Estado do Ceará) afirma que Bebeto Queiroz já foi alvo de três operações nos últimos três meses e é suspeito de crimes eleitorais e corrupção.
Bebeto teve 61,1% dos votos válidos (5.971 do total) em 6 de outubro, quando venceu o Professor Antonio Delmiro (PT), que teve 3.801 votos (38,9% do total válido). O MP Eleitoral pede agora a cassação da chapa vencedora para evitar que ele cumpra o mandato.
Caso o prefeito não apareça até o dia da posse, o vice Bruno Jucá (PRD) deve assumir o cargo temporariamente.
As operações
A primeira operação que Bebeto foi alvo das operações foi a Mercato Clauso, deflagrada pelo MP Eleitoral em parceria com a Polícia Federal no dia 4 de outubro.
Nela, o prefeito eleito responde por tentativa de influência de grupos criminosos nas eleições municipais de 2024, através de compra de votos. "Ele é um dos acusados de oferecer vantagens materiais e financeiras, com indícios da utilização de recursos ilícitos oriundos de contratos fraudulentos com entes públicos, para financiar campanhas eleitorais", diz o MP-CE.
Bebeto também é alvo da operação Ad Manus, deflagrada pela Procuradoria de Justiça de Crimes contra a Administração Pública (Procap), com apoio das Polícias Civil e Federal, no dia 22 de novembro.
Na ação, foram presos e afastados das funções, por 180 dias, o atual prefeito Marcondes Jucá (PT) e um servidor da Secretaria de Transporte do município. Na ocasião, a Justiça expediu o mandado de prisão contra Bebeto Queiroz.
Na operação Vis Occulta, deflagrada em 5 de dezembro pelo MP Eleitoral e pela PF, o prefeito eleito é investigado pela suposta participação em um grupo criminoso responsável por "compra de votos e influência nas eleições em municípios cearenses".
A ação foi um desdobramento da Operação Mercato Clauso, deflagrada pelo MP Eleitoral em outubro em Fortaleza, Canindé e Choró. Nesta operação, o prefeito eleito foi detido e ficou preso preventivamente por dez dias.
As investigações revelaram indícios de que os valores utilizados para a compra de votos foram obtidos por meio de um esquema de caixa 2, envolvendo contratos públicos direcionados a empresas vinculadas à organização criminosa. Esses recursos eram destinados ao financiamento ilícito de campanhas eleitorais.
Nota do MP-CE
Por conta desses casos, a 6ª Zona Eleitoral pediu a cassação do registro de candidatura de Bebeto e de seu vice, Bruno Jucá, que foi diplomado no sábado.
A coluna procurou a defesa de Bebeto, mas não obteve êxito. Em suas redes sociais, no dia 5 de dezembro, Bebeto postou nota e disse que iria provar sua inocência.
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