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Carolina Brígido

REPORTAGEM

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Lula escolhe homens para 73% das vagas do Judiciário em 5 meses de governo

9.jan.23 - Lula e Rosa Weber, presidente do STF, que criticou a falta de mulheres nas Cortes Superiores no país  - Ueslei Marcelino/Reuters
9.jan.23 - Lula e Rosa Weber, presidente do STF, que criticou a falta de mulheres nas Cortes Superiores no país Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Colunista do UOL

02/06/2023 04h00

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Nos primeiros cinco meses de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou 33 juízes para vagas no Judiciário de todo o país. Desses, 24 são homens e 9, mulheres. Os números correspondem a 73% de nomeações de juízes contra 27% de juízas.

Os escolhidos passaram a integrar integrar tribunais de segunda instância e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A contabilidade não inclui a indicação de ontem do advogado Cristiano Zanin para o STF (Supremo Tribunal Federal), porque ele ainda precisa ser submetido a sabatina no Senado.

Depois do anúncio da escolha de Zanin, a presidente do STF, Rosa Weber, criticou a falta mulheres na Cortes Superiores: "No Brasil, temos muitas mulheres na base da magistratura, e decresce nos tribunais intermediários. Mas, na cúpula, como o STF, por exemplo, e nos tribunais superiores, o número de mulheres é ínfimo", disse.

As nomeações de Lula para o Judiciário começaram em 19 de abril, quando foram publicados os primeiros escolhidos no Diário Oficial da União. Até agora, foram definidos juízes para Tribunais Regionais Eleitorais de vários estados, de Tribunais Regionais do Trabalho, de Tribunais Regionais Federais e para o TSE.

As publicações do Diário Oficial examinadas pela coluna indicam, entre os nomeados, que apenas seis chegaram aos postos pelo critério de antiguidade. Nesses casos, o presidente não tem poder de escolha, precisa nomear quem está na fila para a cadeira.

Sem contar os nomeados por antiguidades, portanto, foram 27 escolhidos diretamente por Lula. Desses, são 20 homens e 7 mulheres. Nesse cenário, o percentual de homens nomeados é ainda maior: 74%. Entre as mulheres nomeadas, cinco foram em TRFs, três em TREs, uma em TRT.