Aras perde força na disputa pela PGR; procurador eleitoral é o mais cotado
Apesar de ser defendido por uma ala do PT capitaneada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), o nome de Augusto Aras tem perdido força na disputa pelo comando da PGR (Procuradoria-Geral da República). Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disseram à coluna em caráter reservado que o mais cotado para ocupar o cargo hoje é o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco.
Segundo assessores próximos de Lula, o presidente ainda não bateu o martelo sobre quem será o escolhido. A decisão será tomada até setembro, quando termina o mandato de Aras.
Aras tem sido defendido por ter se oposto à atuação da Lava Jato, responsável pela prisão de Lula. Como alternativa a seu próprio nome, ele estaria disposto a apoiar o subprocurador Carlos Frederico Santos, que conduz a investigação sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Além de Gonet, o subprocurador Antonio Carlos Bigonha tem o apoio de aliados de Lula para comandar a PGR. Bigonha ganhou notoriedade em 2019, quando pediu desculpas a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) por críticas feitas a eles por procuradores da Lava Jato de Curitiba, então comandados por Deltan Dallagnol.
Gonet passou a liderar a disputa depois do julgamento da ação contra Jair Bolsonaro (PL) no TSE, quando defendeu de forma enfática e técnica a inelegibilidade do ex-presidente. O procurador tem boa relação com ministros do TSE e o apoio do presidente da corte, Alexandre de Moraes, para chefiar a PGR.
Nos dois primeiros mandatos, Lula escolheu para a PGR nomes da lista tríplice votada pela categoria. Agora, a tendência é que a lista seja ignorada: nem Gonet nem Bigonha figuram entre os nomes de preferência da categoria.
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