Entre a flecha e a gaveta: o desafio de Gonet de trilhar o caminho do meio
Com poucos minutos de duração, o discurso de posse de Paulo Gonet na PGR (Procuradoria-Geral da República) pregou a harmonia entre os Poderes, a atuação dentro dos limites éticos, o equilíbrio e o agir técnico. Rechaçou palcos e holofotes - mas também as omissões.
Em poucas - mas escolhidas - palavras, Gonet avisa que quer trilhar um caminho do meio entre seu antecessor, Augusto Aras, e Rodrigo Janot.
No meio jurídico e político, Aras foi chamado de engavetador, por não ter dado continuidade a investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o indicou para o cargo.
Janot, por sua vez, foi notabilizado pelas dezenas de denúncias apresentadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) na Lava Jato, sendo que poucas delas resultaram em condenação. "Enquanto houver bambu, vai ter flecha", dizia o procurador.
O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, proferido na sequência, casa com o de Gonet. O petista disse que nunca pediria favor pessoal ao novo procurador-geral, mas fez um apelo para que ele seja "sincero, honesto, duro e justo".
Também em discurso curto, Lula mostrou que ainda se ressente da atuação do Ministério Público durante a Lava Jato. Depois de 580 dias na prisão, o presidente pediu que Gonet não legitime acusações levianas contra políticos. Também fez um apelo para "fazer com que a verdade prevaleça acima de qualquer interesse".
Janot e Aras estavam na plateia, mas evitaram dar declarações à imprensa.
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