Juiz Bretas pede para Crivella tirar sua imagem da propaganda eleitoral
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Desde o primeiro turno das eleições, a campanha à reeleição do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) exibe no horário gratuito da TV e nas redes sociais o vídeo de um evento religioso realizado em fevereiro, na Praia de Botafogo, que teve a presença do presidente Jair Bolsonaro. Sob música de estilo gospel, Crivella gira abraçado ao presidente. Quem olhar bem a imagem vai descobrir ao fundo um outro personagem notável da República: o juiz federal Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio.
O vídeo foi resgatado agora pela campanha de Crivella e incluído em programa que tem o título "Corrupção mata mais que coronavírus", no qual há insinuações, sem provas, de que seu adversário na eleição, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), seria corrupto.
Questionado pela coluna, o juiz informou através da assessoria da Justiça Federal que sua imagem foi utilizada sem que desse autorização. Bretas informou que pediu a retirada no dia 22 de outubro. No programa apresentado na TV na tarde de hoje e no canal de Crivella no YouTube a imagem de Bretas ainda não foi suprimida.
A participação no evento - um encontro que celebrou os 40 anos da Igreja Internacional da Graça de Deus - rendeu ao magistrado punição determinada pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
Em julgamento realizado em setembro, por 12 votos a 1, os desembargadores aplicaram pena de censura a Bretas por autopromoção e superexposição. Pela Lei Orgânica da Magistratura, ele não poderá "figurar em lista de promoção por merecimento pelo prazo de um ano, contado da imposição da pena".
Bretas é um dos expoentes da Lava Jato e ficou conhecido nacionalmente pelas várias sentenças condenatórias contra o ex-governador fluminense Sérgio Cabral. Chegou a ser apelidado por alguns como o "Sergio Moro do Rio de Janeiro"
O evento mostrado no horário eleitoral reuniu milhares de fiéis na Praia de Botafogo. No vídeo, alguns convidados que estão no palco tiveram os rostos escondidos por um efeito especial, mas o juiz aparece por alguns segundos, enquanto Crivella e Bolsonaro dançam abraçados.
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