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Alta da pandemia no Rio leva relação entre Paes e Castro à UTI
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O relacionamento entre o governador do Rio em exercício, Cláudio Castro (PSC), e o prefeito da capital, Eduardo Paes (DEM), ia muito bem enquanto os indicadores de casos e mortes por covid-19 estiveram sob controle no estado. Com o vertiginoso avanço da pandemia no território fluminense nos últimos dias, porém, as diferenças entre os dois se tornaram gritantes. Nesse momento, o rompimento parece iminente.
Espera-se que cheguem a um entendimento, mas tudo leva a crer que os estilos são inconciliáveis.
Com as UTIs registrando ocupação acima de 90%, Paes quer seguir as orientações do comitê científico e aproveitar o "feriadão" de 10 dias que terá pela frente para manter funcionando apenas os serviços essenciais. Castro não pensa assim: conversou com empresários e decidiu manter bares e shoppings abertos.
O contraste não se dá apenas por motivos científicos e econômicos. O fator político é decisivo.
O governador em exercício é aliado do presidente Jair Bolsonaro, conhecido inimigo das medidas restritivas contra o coronavírus. À frente de um estado que tem finanças combalidas, Castro depende da renovação do Regime de Recuperação Fiscal para evitar a bancarrota do Rio e espera que Bolsonaro ajude a quebrar a resistência da equipe de Paulo Guedes para alcançar esse objetivo.
Além disso, a base de apoio de seu governo na Assembleia Legislativa é toda bolsonarista.
Por esses motivos, a última coisa que o chefe do Executivo fluminense quer é desagradar o presidente.
O prefeito do Rio também não gostaria de cutucar Bolsonaro e seus apoiadores, mas coloca a questão política em segundo plano. Diz que pretende se guiar pela ciência para tomar suas decisões.
O desacerto entre os dois já rendeu as primeiras estocadas.
Ontem, bolsonaristas fizeram microcarreata de oito carros em que criticavam Paes, chamando-o de comunista.
Hoje foi a vez do prefeito carioca criticar o governador por querer manter estabelecimentos abertos no feriadão. "CastroFolia! A micareta do governador! Definitivamente ele não entendeu nada do objetivo de certas medidas", escreveu no Twitter.
Caso Paes e outros prefeitos queiram obrigar bares e shoppings a fechar no feriado de 10 dias, como recomendam os epidemiologistas, Castro cogita ir à Justiça para impedir.
Enquanto o bate-boca esquenta, o número de casos de covid-19 cresce exponencialmente, com todas as consequências nefastas para o sistema de saúde do Rio
.
Em nenhuma hipóetese isso seria bom, mas, decididamente, não poderia haver pior momento para uma briga entre o governador e o prefeito.
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