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Diplomatas temem que Ernesto Araújo continue com poder no Itamaraty
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Apesar da forma humilhante como se deu a saída de Ernesto Araújo do cargo de ministro de Relações Exteriores, substituído por Carlos Alberto França, diplomatas ainda não estão certos de que se livraram da influência de suas ideias confusas. A Secretaria de Gestão Administrativa do Itamaraty, setor para o qual Araújo se autonomeou, é considerada estratégica, onde o ex-chanceler poderá ainda tentar exercer poder.
Chefiada por Claudia Fonseca Bruzzi, a secretaria é uma área por onde passam todas as nomeações e orçamentos para os vários departamentos. Nos grupos de WhatsApp de embaixadores, o receio é de que, apesar de não ter cargo de direção, Araújo possa se beneficiar dos mesmos mentores que sustentaram seus devaneios por mais de dois anos: Filipe G. Martins e Eduardo Bolsonaro.
A esperança de mudança radical na linha delirante que o Itamaraty vinha seguindo até agora ficou abalada com a permanência de Filipe G. Martins como assessor internacional do Secretaria de Ações Estratégicas. Depois de ser acusado de fazer um gesto representativo de supremacistas brancos durante uma sessão do Senado, vários parlamentares pediram sua demissão. Ele, no entanto, foi apenas advertido pelos senadores.
Com isso, diplomatas temem que o trio Araújo, Martins e Eduardo Bolsonaro continue agindo nos bastidores da instituição.
Para muitos, nesse cenário Carlos Alberto França não terá a liberdade que se esperava para traçar as políticas do Itamaraty ou até mesmo gestão livre do pessoal, da estrutura e do funcionamento da Casa.
Aguarda-se com ansiedade o primeiro pronunciamento de França como ministro ou a primeira participação dele em evento internacional. Essa sinalização será importante para afastar os temores dos diplomatas. Ou para confirmá-los.
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