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Para associação, ministro da Justiça terá que lidar com insatisfação da PF
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Tanto o novo ministro da Justiça, Anderson Torres, quanto o novo diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, terão que administrar uma grande insatisfação na corporação. A afirmação é do presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, que explicou à coluna o motivo da tensão.
"Os dois serão muito demandados com relação à reforma administrativa, que é um grande retrocesso", diz Paiva."Entre outras coisas, cria a figura do delegado trainee, que é um delegado provisório. Isso não tem chance de dar certo".
Além disso, o presidente da ADPF destaca que a segunda fase da reforma resultaria em menor remuneração. "Ao deixar a carreira com menos competitividade em relação às outras., como a PF vai trazer os melhores perfis, os melhores profissionais? Isso vai acarretar perda técnica para PF", diz ele.
Paiva diz que a categoria foi prejudicada com a reforma da Previdência e com a PEC Emergencial, enquanto outras, como os militares das Forças Armadas, foram privilegiadas. Por isso, protestos como o dos delegados do Rio de Janeiro, que divulgaram manifesto ameaçando colocar seus cargos à disposição, podem se espalhar pelo país.
"Se a reforma traz mais precarização e permite ao presidente mexer na Polícia Federal por decreto, estamos indo por um caminho totalmente equivocado", avalia o dirigente da associação. "Um caminho de prejudicar uma instituição de Estado que a todo momento está fazendo investigação que incomoda o governo da vez".
Para ele, seria o fim da PF como a conhecemos hoje. Segundo Paiva, se for permitida a entrada de pessoas que não são policiais de carreira, com contato político, "não há instituição que aguente".
"O ministro e o diretor-geral vão ter que mexer nesses temas ou então vão enfrentar uma insatisfação muito grande dentro da Polícia Federal", prevê o presidente da ADPF.
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