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Caetano chama Salles de "antiministro" em reunião com embaixadores
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Os representantes de países preocupados com a degradação ambiental do Brasil tiveram uma ideia de quanto parte do Legislativo e da sociedade civil repudiam as decisões do governo de Jair Bolsonaro nessa área. Em reunião virtual, embaixadores dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Noruega e União Europeia conversaram ontem com o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Jaques Wagner (PT-BA), a cientista política Ilona Szabó (presidente do Instituto Igarapé), Pedro Abramovay (representante da ONG Open Society), a produtora Paula Lavigne e o cantor e compositor Caetano Veloso.
A proposta apresentada foi que não seja firmado qualquer acordo de ajuda financeira ao Brasil sem que o governo se comprometa com a participação de representantes do Parlamento e da sociedade civil na formulação de políticas contra a degradação da natureza. Os embaixadores ouviram muitas críticas a Ricardo Salles, a quem Caetano chamou de "antiministro do Meio Ambiente".
O encontro, que durou duas horas, representou mais um movimento de pressão contra o governo Bolsonaro às vésperas da Cúpula do Meio Ambiente, promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nos dias 22 e 23. O evento terá a participação de 40 países.
O grupo observou aos diplomatas estrangeiros que torce para que o país receba ajuda internacional para enfrentar o desmatamento e a destruição da Amazônia. No entanto, discordam da reivindicação do governo, que quer receber o dinheiro antes de mostrar medidas efetivas de proteção do patrimônio natural.
Os embaixadores ouviram relatos sobre o desmonte dos órgãos ambientais e os riscos de fazerem repasses de verbas antes que a equipe de Bolsonaro mude suas diretrizes para o setor.
O deputado Alessandro Molon, líder da oposição na Câmara, considerou a reunião muito boa.
"No diálogo com os embaixadores, apresentamos nosso desejo de que um eventual acordo com o governo fosse construído de forma transparente e com a participação do Parlamento e da sociedade civil", disse ele à coluna. "Queremos que o Brasil receba recursos para enfrentar o desmatamento, mas queremos também que o seu uso esteja bem amarrado no acordo para que possam produzir bons resultados".
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