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Professor preso por faixa Bolsonaro Genocida perdeu três parentes por covid
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Preso na segunda-feira na cidade goiana de Trindade por levar presa no carro uma faixa com as palavras "Fora Bolsonaro Genocida", o professor de História e integrante do Partido dos Trabalhadores, Arquidones Bites diz que o adjetivo usado contra o presidente não tem sentido figurado. "É real, Bolsonaro é genocida", confirmou à coluna.
Ele diz ter motivos políticos e pessoais para fazer essa afirmação. "Perdi meu irmão mais novo, um tio e uma sobrinha para a covid-19", conta Arquidones. "O presidente poderia ter comprado vacina no ano passado, não comprou, a CPI está comprovando isso".
O professor foi detido por um PM que pressionou para que ele guardasse a faixa. Como não obedeceu, o policial deu voz de prisão e tentou enquadrá-lo na Lei de Segurança Nacional (LSN). No momento da prisão, Arquidones foi derrubado com uma rasteira, levou chutes e socos. Depois acabou algemado.
Foi levado para a sede da Polícia Federal de Goiânia, onde o delegado não identificou prática de crime contra a LSN.
À noite, quando o petista foi libertado, havia muitos correligionários à espera, na porta da delegacia da PF. Improvisou-se até uma pequena manifestação, com muitas críticas ao presidente.
O dirigente do PT goiano reclama dos maus exemplos dados por Bolsonaro. "Ele sai na rua sem usar máscaras, aglomerando as pessoas, sem usar álcool em gel. Já disse que a covid era uma gripezinha, falou um monte de absurdos", critica.
"O vírus não é culpa de Bolsonaro, ninguém nunca falou isso, mas 460 mil mortes é culpa dele. Poderíamos já estar andando na rua se ele tivesse comprado vacinas", acredita o professor. "Temos que manter todos os cuidados porque o presidente da República não tomou providências".
A faixa que chamou a atenção do policial voltará a ser usada no próximo sábado: está marcado um protesto contra Bolsonaro na cidade de Trindade. "Ninguém pode tirar o meu direito de expressão", destaca Arquidones.
A Secretaria de Segurança Pública informou em nota que o policial que fez a prisão foi afastado do trabalho nas ruas e "responderá a inquérito policial e procedimento disciplinar para apuração de sua conduta".
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