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Delegado Saraiva sobre voto impresso: 'Objetivo é questionar o resultado'
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Depois de irritar Jair Bolsonaro ao enviar ao Supremo Tribunal Federal notícia-crime em que acusa o ministro Ricardo Salles de parceria com madeireiros ilegais, o delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva volta a contrariar o presidente. Em uma sequência de publicações no Twitter, ele rejeita a tese de que o voto impresso é mais confiável que a urna eletrônica. "O objetivo é claro: questionar o resultado", tuitou Saraiva na manhã de hoje.
O delegado, que já participou de live ao lado do presidente da República, começou a tratar do assunto no sábado, com uma tese que vai na contramão da defendida por Bolsonaro. "O voto impresso será um poderoso instrumento.... Para a fraude", escreveu ele, há dois dias. "Um retrocesso imenso para nossa democracia. Em 18 anos de polícia, em quatro estados, nunca vi uma só informação fidedigna sobre fraude em urna eletrônica".
Para o policial, existe um erro de lógica na proposta de acrescentar ao processo eletrônico a impressão de voto, que será colocado na "urna de lona".
"Se estão questionando a possibilidade de vício na urna eletrônica, quem pode garantir que a urna de lona não chegou com 100 votos a mais para um ou outro na seção eleitoral?", questiona Saraiva, em publicação de hoje no Twitter. "Quem garante que na contagem dos votos impressos não haverá fraude anulando o voto do candidato opositor?".
Ele rebate o argumento de que o sistema eleitoral brasileiro é o único a adotar o processo.
"Já ouvi que urna eletrônica e jabuticaba só tem no Brasil. Puro complexo de vira-lata", comentou o delegado. "Somos melhores em muitas coisas e Jabuticaba é uma delícia. A votação eletrônica é realidade na Suíça, Japão, Canadá, Índia, Coreia do Sul... E, inclusive, em alguns estados dos EUA".
Segundo revelou a jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, a direção da PF enviou uma ordem na quinta-feira, 17, às superintendências regionais de todos os estados para que forneçam as denúncias de fraudes nas urnas eletrônicas recebidas pela corporação desde a implantação, em 1996. O objetivo é dar argumentos ao presidente Bolsonaro e políticos que apoiam a ideia para refutar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, que reiteradamente afirma que nenhuma fraude foi comprovada desde a adoção do processo eletrônico.
Depois da acusação a Salles, o delegado Alexandre Saraiva foi retirado da superintendência da PF no Amazonas e transferido para a cidade fluminense de Volta Redonda, onde está atualmente.
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