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Randolfe: Bolsonaro confessa crime ao dizer que recebeu 'papéis' de Miranda
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Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, ao admitir que recebeu do deputado Luis Miranda (DEM-DF) documentos que indicavam corrupção na compra da vacina Covaxin sem tomar providências para apurar o caso, o presidente Jair Bolsonaro confessou o crime de prevaricação. "Deixou alguns papéis lá, não entrei com profundidade se era invox (invoice, nota fiscal internacional), se não era", disse ontem Bolsonaro, ao sair do encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.
"A declaração do presidente da República é uma confissão. Como havíamos dito na CPI, nós nunca tivemos dúvida do crime de prevaricação", afirmou Randolfe à coluna. "O que a CPI agora investiga é o envolvimento ou não do presidente nos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa e corrupção passiva".
Randolfe espera que tenha efetividade o inquérito que foi instaurado a partir da notícia-crime que a CPI encaminhou ao STF. "Quanto ao crime de prevaricação, acho que agora não resta nenhuma dúvida", observou.
A prevaricação acontece quando o servidor público toma conhecimento de algum delito na sua área de atuação e não denuncia os infratores.
Na mesma entrevista coletiva em que disse ter recebido "papéis" de Luis Miranda, Bolsonaro alega que os encaminhou para uma suposta averiguação que teria sido feita pelo então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
O vice-presidente da CPI ressalta, no entanto, que não há qualquer registro documental de que a investigação sobre a denúncia de Luis Miranda tenha sido realizada de fato.
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