Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Prefeito de Caxias adultera obra de Niemeyer e desaloja moradores de rua
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A construção de uma parede de tijolos na rampa do Teatro Raul Cortez, na cidade fluminense de Duque de Caxias, está causando grande controvérsia. Além de descaracterizar o prédio, cujo projeto é de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, a intervenção vai desalojar moradores de rua que costumam ficar ali. O prefeito Washington Reis (MDB) alega que a obra está sendo feita para manutenção do teatro e aumento da segurança no local. Entidades do movimento social de Caxias classificam a ação como "higienista" e digna de um "apartheid social".
A controvérsia acontece na data em que o teatro completa 15 anos de sua inauguração. O projeto de Niemeyer é um dos principais destaques arquitetônicos da Baixada Fluminense e foi finalizado justamente na primeira passagem de Reis pela Prefeitura de Caxias.
O Fórum Popular de Defesa dos Direitos da População em Situação de Rua emitiu nota de repúdio, acusando a Prefeitura de "descaracterizar a arquitetura de um prédio projetado pelo renomado Oscar Niemeyer" e de lançar mão de "design hostil para excluir a população em situação de rua do espaço público".
A entidade chama a intervenção de "muro da vergonha", erguido para reforçar "preconceito contra a população em situação de rua".
Ouvido pela coluna, o prefeito Washington Reis alega que a intervenção é feita a título de manutenção, já que, segundo ele, o prédio está "sucateado". Outra alegação é que a obra serve para reforçar a segurança local. "Usuários de crack estão usando o lugar para guardar drogas e armas, eles ameaçam quem passa por ali", afirma Reis.
O prefeito diz que não houve qualquer alteração de estrutura e que convidou os sucessores de Niemeyer para fazerem a reforma, a quem daria preferência, mas eles não se interessaram.
Em entrevista à jornalista Isabela Aleixo, de O Globo, o bisneto do autor do projeto, Paulo Niemeyer, que também é um dos autores, afirmou que a intervenção não foi autorizada pela família e que a passarela é um elemento importante do prédio.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.