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Chico Alves

REPORTAGEM

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Reforma administrativa: bancada governista vê como difícil a aprovação

Plenário da Câmara dos Deputados - Pedro Ladeira/Folhapress
Plenário da Câmara dos Deputados Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Colunista do UOL

28/09/2021 16h22

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Tida como uma das pautas mais importantes para o governo, a reforma administrativa passou na comissão especial da Câmara, mas a avaliação de dez deputados de partidos que apoiam o presidente Jair Bolsonaro ouvidos pela coluna é que o texto terá muitas dificuldades para ser aprovado em plenário. A pressão dos servidores públicos e a proximidade do ano eleitoral são os principais motivos para essa avaliação.

O parecer do relator Arthur Maia (DEM-BA), favorável à chamada PEC 32, foi aprovado na comissão na quinta-feira (23) por 28 votos a 18. Ainda não há data para a discussão da pauta em plenário.

Um dos parlamentares ouvidos, filiado ao PL, exemplifica a dificuldade no encaminhamento da votação. "Para ser aprovado, os partidos tiveram que mudar seus membros e algumas legendas tiveram que dar suas vagas para deputado do Novo, porque não tinha ninguém nos seus partidos para votar a favor", diz o deputado, que pediu para não ser identificado. "Uma proposta que anda assim nas comissões é muito difícil ter 308 votos no plenário".

O deputado Gilberto Abramo, do Republicanos (MG), que é da base do governo, tem avaliação parecida. "Não vejo clima para aprovação da reforma", avalia Abramo. "Estamos a um ano da eleição, o governo perdeu o timing".

Dos dez governistas que falaram à coluna, filiados ao PL, Republicanos, PSL e PP, nove estão pessimistas quanto a conseguir fazer a reforma.
O único que não apostou na derrota foi o Delegado Waldir (PSL-GO). "Me parece uma bola dividida, vamos aguardar. Não tenho prognóstico para essa votação", afirmou.

Mesmo deputados que não são da base do governo, mas que antes estavam predispostos a votar a favor da reforma, acham que o texto não passa. É o caso de Tabata Amaral (PSB-SP).

"Minha aposta hoje é que o (Arthur) Lira terá muita dificuldade no plenário", acredita a parlamentar. "O texto foi absurdamente desvirtuado, então não tem mais o apoio de quem defendia a reforma, como eu, ao mesmo tempo que tem um custo grande para aqueles que estão preocupados com a reeleição".