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Mais um problema para Moro: o negacionismo do aliado Eduardo Girão
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A todo momento surgem novos problemas na atrapalhada pré-campanha de Sergio Moro a presidente. Há poucos dias, a encrenca foi a declaração de um importante aliado, o deputado Kim Kataguiri (DEM/SP), ao Flow Podcast, defendendo que nazistas tivessem liberdade para divulgar suas ideias. Moro foi obrigado a se manifestar, dizendo que discordava de Kataguiri, e acabou criticado por dizer que o deputado cometera apenas uma "gafe verbal". Agora, outro aliado o coloca em situação difícil: o senador cearense Eduardo Girão, do Podemos, mesmo partido do ex-juiz, realizou ontem no Senado uma sessão com expoentes do movimento antivacina.
Por várias vezes, Moro criticou o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro e defendeu a vacinação em massa contra a pandemia de covid-19. "Com mais de 615 mil mortes, a postura antivacina do presidente já foi longe demais. Estamos falando de vidas humanas", disse em dezembro o pré-candidato do Podemos.
Na audiência do Senado coordenada pelo aliado Girão, no entanto, o discurso antivax foi a tônica. As estrelas foram os médicos José Augusto Nasser e Roberta Lacerda, conhecidos propagadores de desinformação sobre a imunização. No momento em que a média na pandemia está em torno de 800 óbitos, Roberta chegou a associar a vacinação ao aumento dos casos de câncer.
Até o momento da publicação desse texto, Sergio Moro não havia comentado a iniciativa negacionista do aliado cearense.
A audiência foi motivo de críticas por parte de integrantes da CPI da Covid, como o senador Renan Calheiros. Girão também integrou a comissão e sua performance ficou conhecida pela defesa de tratamentos ineficazes contra o coronavírus, como cloroquina e ivermectina. Teve como um dos principais oponentes na CPI o senador Alessandro Vieira (Cidadania/SE), que também é um apoiador entusiasmado de Moro. Dificilmente Vieira e Girão dividirão o mesmo palanque.
Com isso, o ex-juiz tem mais uma encrenca para resolver em sua caminhada eleitoral.
Como se sabe, o fraco desempenho nas pesquisas eleitorais tem causado descontentamento em muitos políticos do Podemos, que resistem a apoiar a candidatura de Moro. Ele chegou a cogitar mudar de legenda e se filiar ao recém-criado União Brasil, mas descobriu que também naquele partido não seria unanimidade. Por isso, decidiu ficar onde está.
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