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Chico Alves

REPORTAGEM

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Janaína Paschoal nega ter incentivado paulistas a resistir à posse de Lula

Janaina Paschoal, deputada estadual em São Paulo - Fernando Moraes/UOL
Janaina Paschoal, deputada estadual em São Paulo Imagem: Fernando Moraes/UOL

Colunista do UOL

16/05/2022 13h39

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Uma frase em meio a postagem nas redes sociais fez com que a deputada estadual paulista Janaína Paschoal (PRTB) virasse tema de discussão na internet, sob acusação de que estaria preparando uma insurreição para o caso de Lula vencer as eleições de outubro. No texto, publicado ontem, ela criticava os bolsonaristas por acreditar que a vitória nas urnas podia ser dada como certa, e alertou: "Mas, sinto dizer, o povo Paulista deve pensar também em preparar a resistência, em caso de vitória de Lula!".

À coluna, ela negou que estivesse se referindo a algum tipo de insurreição como a que ocorreu no Capitólio americano, após a derrota de Donald Trump. "Eu estranhei porque vi um professor de direito dizer que eu estaria em alguma medida sugerindo uma resistência para que o Lula não tome posse. Eu li de novo, não tenho o menor sentido essa interpretação", rebate. Essa versão foi repetida por muitos internautas.

Janaína explica que o seu texto criticava o fato de que Bolsonaro e os bolsonaristas estão apoiando nomes que no passado foram parceiros dos petistas e até já foram do PT por muitos anos. "O que eu procurei dizer foi o seguinte: nós temos que pensar em compor um Congresso Nacional, em especial no Senado, de quadros que vão defender os valores que são importantes no caso da vitória de Lula. A resistência que eu digo é no exercício do mandato parlamentar, uma oposição", diz ela.

A parlamentar se mostra incomodada com a postura dos apoiadores de Jair Bolsonaro que pensam que a reeleição está garantida. "Os bolsonaristas estão assim tão certos da vitória que eles querem pessoas subservientes ao presidente, pessoas que vão compor com o presidente e não estão pensando que seria mais seguro ter pessoas que vão ser, por exemplo, contra a legalização do aborto, contra a legalização das drogas", detalha. "Falo sobre as pautas, é resistir nesse sentido".

Ela critica que Bolsonaro tenha indicado o ex-ministro João Roma para concorrer ao governo da Bahia contra o ACM Neto, que é identificado com a direita. A mesma reclamação é dirigida à possível candidatura do Major Vitor Hugo em Goiás para concorrer com Ronaldo Caiado. Para Janaína, Bolsonaro entra em choque com aliados direitistas (ACM e Caiado) e poderá perder dois deputados (João Roma e Vitor Hugo).

"O presidente está trabalhando para ter palanque, para fazer a eleição dele. Mas nós, como brasileiros, e eu, como antipetista (não escondo isso de ninguém), acho que a gente tem que criar um Congresso que possa fazer uma oposição consistente, com qualidade, no caso da vitória do Lula, que é uma possibilidade real, meu Deus. Tem que ver a realidade", afirma.