Conteúdo publicado há 2 meses
Fabíola Cidral

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Bolsonaro nunca foi convidado para conversar com campanha de Nunes

Bolsonaristas estão irritados com a campanha de Ricardo Nunes (MDB), já que Jair Bolsonaro nunca foi chamado para conversar e participar da estratégia eleitoral para a reeleição do prefeito de São Paulo, conforme apurou a apresentadora Fabíola Cidral no UOL News desta sexta (23).

A jornalista ouviu de bolsonaristas que fazem parte da campanha de Nunes um descontentamento com o marqueteiro Duda Lima e críticas à falta de reciprocidade do prefeito em relação ao apoio de Bolsonaro.

O núcleo bolsonarista da campanha de Ricardo Nunes está enfurecido. Houve até alguns palavrões nessa apuração. Neste momento, há uma revolta do núcleo bolsonarista porque, segundo a justificativa, o bolsonarismo não foi colocado em campanha de maneira adequada.

O que ouvi é que 'nunca chamaram Bolsonaro pra sentar à uma mesa de reunião de campanha de Ricardo Nunes. Nunca foi chamado para uma conversa. Esse bolsonarismo tímido de Nunes prejudica ele e manda os votos para Pablo Marçal'.

Eles dizem que a pesquisa Datafolha é realmente uma preocupação para o bolsonarismo e para Bolsonaro, porque eles olham a eleição em São Paulo como algo que abre espaço para 2026. Segundo Fabio Wajngarten, São Paulo é o protagonismo para 2026, e uma eventual derrota de Nunes será muito ruim para a estratégia da direita.

Eles reclamam da atuação de Duda Lima, o marqueteiro da campanha de Nunes, dizendo que ele de certa forma ignora o bolsonarismo com medo da alta rejeição ao bolsonarismo que existe nas pesquisas de intenção de voto. Por conta dessa rejeição, afastam o bolsonarismo da campanha, e é essa dificuldade em fazer com que Nunes cresça. Fabíola Cidral, apresentadora do UOL News

Mesmo com a ascensão de Pablo Marçal (PRTB), que aparece tecnicamente empatado na liderança com Guilherme Boulos (PSOL) e Nunes, como aponta pesquisa Datafolha divulgada ontem, a campanha do atual prefeito se mantém otimista. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também apoia Nunes, defende ajustes na campanha do prefeito nas redes sociais, como revelou Fabíola.

Apesar desse pessimismo e dessa revolta, há ainda um otimismo de que Nunes possa reverter esse jogo. Eles acreditam nisso e apostam muito em uma estratégia de que o Bolsonaro possa entrar mais na campanha. Mas para isso precisa ser convidado, e isso não aconteceu até agora.

Tarcísio faz uma análise um pouco mais contida e otimista. Segundo as palavras do governador paulista, 'acho que tem muita água para passar embaixo da ponte. Tem a [propaganda eleitoral na] TV que começa, e o desafio é fazer bons programas. Também é necessário ajustar o programa para as redes [sociais]'.

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O governador acredita que ainda há tempo e que é preciso reajuste na postura das redes sociais e cita como exemplo algumas postagens de Tabata Amaral [candidata pelo PSB], na forma como ela tem atuado na campanha em reação a Marçal.

A pesquisa Datafolha está mexendo com os bolsonaristas. Vimos a reação dos filhos de Bolsonaro, muito revoltados. Carlos declarou apoio à Marina Helena [candidata do Novo]. Os bolsonaristas de São Paulo dizem que Carlos 'não conhece muito a eleição na capital paulista e foi uma bobagem o que ele disse nas redes sociais', tentando minimizar esse posicionamento, mas que prejudica Nunes. Fabíola Cidral, apresentadora do UOL News

A apresentadora também conversou com Marçal, que ironizou a reação dos bolsonaristas com seu crescimento nas pesquisas.

Marçal celebra o resultado da pesquisa Datafolha. A frase que ele me mandou foi a seguinte: 'A piada virou um pesadelo. Agora estamos sozinhos, o povo e Deus'. Fabíola Cidral, apresentadora do UOL News

Tales: Marçal racha até filhos de Bolsonaro, que dividem apoios em SP

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A ascensão de Pablo Marçal provocou um racha entre os bolsonaristas e até os filhos do ex-presidente, que se dividem nos apoios a candidatos pela prefeitura de São Paulo, afirmou o colunista Tales Faria. Carlos Bolsonaro foi às redes sociais para sugerir apoio à Marina Helena (Novo) para tirar votos de Marçal. Já Eduardo mantém a aliança com Ricardo Nunes {MDB), atual prefeito e que busca a reeleição.

A primeira coisa que essa ascensão meteórica do Marçal colocou em xeque foi Bolsonaro, a família dele e o bolsonarismo.

A família Bolsonaro já rachou. Eduardo está junto com [o governador de São Paulo] Tarcísio de Freitas apoiando a candidatura do Nunes e entrando de cabeça nela. Carlos, não; ele suspeita ser melhor a Marina Helena, do Novo. Eles estão rachados.

Isso é curioso. Mostra que Bolsonaro, que sempre vimos entendemos como o grande líder do bolsonarismo, está perdendo essa liderança, até entre os filhos e ainda não os unificou em torno de um candidato.

Por outro lado, Nunes, que estava com muito medo do Bolsonaro abandoná-lo para apoiar Marçal, perdeu esse medo. Agora, ele decidiu que terá que trabalhar junto com Bolsonaro. A aliança Nunes-Bolsonaro está em xeque. Outra questão é fazer voltar os bolsonaristas para o ninho do Nunes. Tales Faria, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

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Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Reportagem

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