PCC: Justiça nega pedido de Pandora para receber salário da Transwolff

A Justiça de São Paulo negou o pedido do empresário Luiz Carlos Efigênio Pacheco para que ele recebesse 22 salários mínimos por mês da empresa de ônibus Transwolff, até que o mérito da ação penal da Operação Fim de Linha seja julgado.
Acusado de lavar dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital), ele foi afastado da direção da Transwolff, em abril do ano passado.
Sob intervenção da prefeitura, a empresa é responsável por linhas de transporte coletivo na zona sul da capital paulista.
Conhecido pelo apelido de Pandora, ele nega a acusação do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) de que seja membro da facção criminosa.
Chegou a ser preso, mas foi posteriormente beneficiado por habeas corpus concedido pelo TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
"Única fonte de renda"
A quantia pedida por Pandora equivale a R$ 33.396 mensais.
Em seu pedido, Pandora afirma que a decisão da Justiça de afastá-lo da Transwolff "impossibilitou sua subsistência", já que seu trabalho da empresa seria sua "única fonte de renda".
Ele apresentou à Justiça uma planilha de custo mensal em que afirma ter custo mensal com sua família de R$ 29.528,14.
O MP-SP opinou pela negativa ao pedido de Pandora.
De acordo com um relatório dos promotores, Pandora movimentou R$ 48,3 milhões em um período de dois anos. Boa parte das transações foi com a Transwolff.
Titular da 2ª Vara de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, o juiz Guilherme Kellner afirmou em sua decisão que Pandora foi afastado de suas funções da empresa "justamente porque constam nos autos indícios de que ele a utilizava para a realização de atividades ilícitas".
No final de dezembro, a prefeitura de São Paulo abriu processo administrativo para rescindir contrato com a Transwolff e a Upbus, outra empresa de ônibus acusada de lavar dinheiro para o PCC.
Procurada pela coluna, a defesa de Pandora afirmou que ele "está atualmente impedido judicialmente de se manifestar publicamente sobre a ação em questão."
"Tão logo esse direito lhe seja restituído, ele poderá esclarecer este e outros aspectos relacionados ao caso. Por ora, a defesa reafirma seu compromisso com o devido processo legal e confia que, no momento apropriado, todos os esclarecimentos necessários serão prestados à Justiça e à sociedade."
Não há previsão para que a Operação Fim da Linha tenha seu mérito julgado em primeira instância.
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