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Jamil Chade

Um a cada quatro jovens no Brasil nem trabalha e nem estuda

SÃO PAULO, SP, BRASIL, 06/08/2018, 10h00. Especial desemprego: Pessoas em busca de uma vaga de emprego formam filas nas proximidades do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, no Vale do Anhangabaú, na região central de SP. Devido ao dia chuvoso, as filas se acumulavam embaixo do Viaduto do Chá. O sindicato organiza o 2º Mutirão do Emprego, com o objetivo é oferecer ainda mais oportunidades de trabalho, em postos que tenham remuneração maior. (Foto: Marcelo Justo/UOL) - Marcelo Justo/UOL
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 06/08/2018, 10h00. Especial desemprego: Pessoas em busca de uma vaga de emprego formam filas nas proximidades do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, no Vale do Anhangabaú, na região central de SP. Devido ao dia chuvoso, as filas se acumulavam embaixo do Viaduto do Chá. O sindicato organiza o 2º Mutirão do Emprego, com o objetivo é oferecer ainda mais oportunidades de trabalho, em postos que tenham remuneração maior. (Foto: Marcelo Justo/UOL) Imagem: Marcelo Justo/UOL

Colunista do UOL

09/03/2020 17h00

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Uma a cada quatro jovens no Brasil está desempregado, numa realidade que se assemelha aos índices registrados no Norte da África e no Oriente Médio. A taxa está sendo divulgada nesta segunda-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que destaca como a situação na economia brasileira afeta de forma ainda mais severa as jovens.

Em 2013, o desemprego atingia 15,7% dos jovens de 15 a 24 anos no Brasil. Em 2019, a média subiu para 27,8%. Para 2020 e 2021, a previsão é de que ela continue elevada, ainda que caindo para 26,9% e 26,5%, respectivamente.

Nos países árabes, a taxa média é de 22% de desemprego entre os jovens, contra 29% no Norte da África, as situações mais dramáticas do mundo.

Entre as mulheres brasileiras nessa parcela da sociedade, a situação é ainda mais grave. Ao final de 2019, 32,6% delas não trabalhavam. Até 2021, essa taxa deve cair para 30,6%.

Os índices registrados no Brasil são muito superiores a média mundial. De acordo com a OIT, o desemprego entre os jovens no mundo atinge 13,6% dessa parcela da população, um número que vem crescendo ao longo dos últimos anos.

No caso latino-americano, a taxa também é inferior ao numero registrado no Brasil. Na região, o desemprego entre jovens passou de 13,5% em 2013 para 17,9% em 2019. Para este ano, a média deve subir para 18% e, em 2021, atingiria 18,1%.

Em apenas seis anos, o total de jovens latino-americanos sem trabalho passou de 7,3 milhões de pessoas para 9,4 milhões.

Enquanto isso, na América do Norte, o desemprego nessa parcela da população chega a 9%, contra 15% na Europa.


Nem trabalha, nem estuda e nem passa por treinamento

A OIT também destaca que, no caso do Brasil, a proporção de jovens que nem estudam, nem trabalham e nem passam por cursos técnicos atinge 23,5%. A média deve ficar nesse patamar em 2020 e 2021. Em 2013, essa era a realidade para 20% dos brasileiros.

O número atual é superior a realidade da região. Um a cada cinco jovens latino-americanos nem trabalha, nem estuda e nem está em um processo de treinamento. No total, 21,8% dessa população na América Latina não consegue hoje nem um trabalho e nem estão no sistema de educação. Isso representa 23,3 milhões de jovens.

No mundo, 267 milhões de jovens estão nesta situação e a OIT alerta que sistemas de ensino precisam ser repensados para evitar que jovens sejam treinados para setores que estejam passando por um processo de automatização.