Número de mortes na Itália supera total de vítimas na China
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Pela primeira vez, o número de mortos pelo coronavírus na Itália supera o total já registrado na China. Nesta quinta-feira, as autoridades em Roma indicaram que 3,4 mil pessoas não sobreviveram à doença, cerca de 150 a mais que na China. Os dados confirmam a Europa como o novo epicentro da pandemia, enquanto governos da região avaliam ampliar as quarentenas em diferentes países.
Os números são anunciados no mesmo momento em que imagens são divulgadas nas redes sociais de caminhões militares sendo destacados para dar conta do volume de corpos de italianos mortos pelo vírus.
A transformação da geografia do vírus ocorre no mesmo dia em que o governo em Pequim anuncia que nenhum novo caso autóctone foi registrado. Com uma população 20 vezes superior a da Itália, a China era até a semana passada o epicentro da doença.
Mas o número de contaminados na Europa superou o da China e, agora, o número de mortes também ultrapassa o do país asiático.
No total, estima-se que 220 mil pessoas já tenham sido contaminadas no Mundo, com 9 mil mortes. Na Itália, foram 41 mil contra 80 mil na China, país com mais de 1 bilhão de habitantes.
Outra preocupação na Europa é a Espanha, com 209 novos casos de mortes em apenas 24 horas. No total, são mais de 700 mortos e 17 mil pessoas contaminadas, 3,4 mil a mais que na quarta-feira.
Enquanto a pandemia muda seu centro gravitacional, a OMS alertou hoje aos governos de todo o mundo que apenas metade deles tem padrões suficientes para lidar com infecções e que apenas 70% deles tem planos em relação ao coronavírus. Na avaliação da agência, todos os governos precisam estar preparados.
Recessão
Para o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, chegou a hora de o G-20 assumir a liderança do processo e propor medidas reais para superar a crise. Mas alertou que, diferentemente da crise de 2008, não basta colocar dinheiro nos bancos. Desta vez, são as pessoas que terão de receber apoio.
"Estamos enfrentando uma crise de saúde global diferente de qualquer outra nos 75 anos de história das Nações Unidas - uma crise que está espalhando o sofrimento humano, infectando a economia global e acabando com a vida das pessoas", disse. "Uma recessão global - talvez de dimensões recorde - é quase uma certeza", afirmou.
"A Organização Internacional do Trabalho (OIT) acaba de informar que os trabalhadores de todo o mundo podem perder até 3,4 trilhões de dólares em renda até o final deste ano", disse.
"Nossa família humana está estressada e o tecido social está sendo rasgado. As pessoas estão sofrendo, doentes e assustadas", afirmou. "Estamos numa situação sem precedentes e as regras normais já não se aplicam. Não podemos recorrer às ferramentas habituais", completou.
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