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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Multinacionais se unem para não comprar soja de locais recém desmatados

Soja, grãos, agricultura - iStock
Soja, grãos, agricultura Imagem: iStock

Colunista do UOL

09/11/2021 08h11

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Empresas como a Tesco, Nestlé Reino Unido e Irlanda, Sainsbury's, Nando's, KFC Reino Unido e Irlanda, Danone, Morrisons e McDonald's Reino Unido e Irlanda se unem no compromisso de não comprar soja de áreas recentemente desmatadas.

Juntas, multinacionais representam cerca de 60% de toda a soja comprada no Reino Unido a cada ano e se comprometem a "cortar o desmatamento e a destruição ambiental das cadeias de suprimento de soja do Reino Unido até 2025".

Entre as metas, o grupo estabelece que nenhuma soja que chegue ao Reino Unido seja responsável pelo desmatamento ambiental para a agricultura após janeiro de 2023. Os fornecedores seriam alvo da mesma exigência

"Os signatários incluem 27 marcas, varejistas, empresas de serviços de alimentação e produtores de gado que operam no Reino Unido, representando quase 2 milhões de toneladas de compras de soja a cada ano e mais da metade (quase 60%) do consumo total do Reino Unido", indica.

De acordo com o grupo, quase um quarto (23%) das emissões globais de gases de efeito estufa causadas pelo homem vêm da agricultura, silvicultura e outros usos da terra, e a maioria dessas emissões se deve ao desmatamento.

"Não precisa ser assim: commodities agrícolas e florestais podem ser cultivadas sem destruir ainda mais a vegetação nativa", diz. De acordo com as empresas, o consumo de soja do Reino Unido - 3,5 milhões de toneladas em 2020, está "contribuindo para a pressão sobre paisagens biodiversas como o Cerrado, a Mata Atlântica, o Gran Chaco e a Chiquitânia na América do Sul".

"O consumo de soja no Reino Unido em 2017 levou a um desmatamento estimado em 3.081 hectares, uma área duas vezes maior que a cidade de Londres", constatam.

"Somente no Cerrado, 23 milhões de hectares de terras já desmatadas estão disponíveis para o cultivo de soja. Isso poderia pelo menos dobrar a produção da região nas próximas décadas, apoiando o desenvolvimento econômico do Brasil, sem mais devastação do ecossistema", alertam.