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OMS: pandemia está longe do fim e máscara é arma onde transmissão é intensa
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) descartou hoje qualquer sinal de que a pandemia da covid-19 esteja terminando e insistiu que medidas de proteção como o uso de máscaras precisam continuar a existir em locais onde a transmissão é intensa.
Na quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que irá declarar o fim da pandemia em abril. "Devemos, se Deus quiser, a partir do início do mês que vem, com a decisão do ministro da Saúde de colocar um fim na pandemia, via portaria, nós voltarmos à normalidade no Brasil", afirmou. "Não se justifica mais todos esses cuidados no tocante ao vírus, praticamente acabou. Parece que acabamos a situação da pandemia", acrescentou.
Questionada pelo UOL nesta sexta-feira, em Genebra, sobre as declarações do presidente brasileiro, a porta-voz da OMS, Margaret Harris, indicou que o mesmo discurso já foi adotado por outros líderes. Mas alertou que esse não é o cenário. "A pandemia está longe de terminar", disse.
De acordo com ela, na semana passada, o mundo viu um aumento no número de novos casos de contaminações, além de mais de 43 mil mortos. "Estamos no meio da pandemia", declarou.
A data sugerida por Bolsonaro coincide com a aproximação do início da campanha eleitoral e especialistas têm alertado sobre os riscos de impor uma decisão dessa natureza.
De acordo com os números da OMS, o Brasil foi o país que registrou o maior número de novos casos de contaminação na semana entre todos nas Américas. Apesar da queda de 15% em comparação à semana anterior, ainda são mais de 330 mil novas infecções.
Em termos de mortes, o Brasil também vê uma queda. Mas os números ainda colocam o país como o terceiro local com mais óbitos na semana.
Máscaras
Ontem, o estado de São Paulo anunciou que o uso de máscaras em ambientes fechados deixa de ser obrigatório. Ainda que locais como hospitais e transporte público irão manter a exigência, além de aviões.
Para a OMS, porém, a retirada da máscara depende da situação epidemiológica de cada região. A entidade, ainda assim, insiste para a necessidade de que medidas de proteção sejam mantidas e que as máscaras sejam usadas em locais onde a transmissão é elevada.
Nesses casos, ela deve continuar a ser a regra em supermercados, lojas, transporte e ambientes fechados.
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