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ONU pede investigação rápida sobre ataques e responsabilização de culpados
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O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos pediu que o Brasil "conduza investigações rápidas, imparciais, eficazes e transparentes sobre a violência de domingo e responsabilizem os envolvidos".
Num comunicado emitido nesta segunda-feira, o alto comissário, Volker Türk, afirmou que as cenas das invasões "de simpatizantes do ex-presidente (Jair Bolsonaro)" foram "chocantes". "Condeno com veemência este atentado ao coração da democracia brasileira", afirmou.
O representante ainda apontou para o papel de políticos em incentivar o ódio, assim como usar a desinformação como estratégia.
Segundo ele, a violência do domingo foi "o desdobramento final da distorção continuada dos fatos e da incitação à violência e ao ódio por parte de atores políticos, sociais e econômicos que têm fomentado uma atmosfera de desconfiança, divisão e destruição ao rejeitar o resultado de eleições democráticas".
"Aceitar o resultado de eleições livres, justas e transparentes está no centro dos princípios democráticos fundamentais", disse o representante austríaco. "Alegações infundadas de fraude eleitoral minam o direito à participação política", disse.
Türk ainda fez um apelo: "a desinformação e a manipulação precisam parar".
"Exorto as lideranças de todo o espectro político do Brasil a colaborarem umas com as outras para restaurar a confiança nas instituições democráticas e promover o diálogo e a participação pública", solicitou.
A ONU ainda destacou como pelo menos oito jornalistas foram agredidos ou tiveram seus equipamentos destruídos, "impossibilitados de cumprir sua função essencial de informar os brasileiros e o mundo sobre o que estava acontecendo".
"Estes últimos ataques confirmam uma tendência de aumento das agressões físicas contra jornalistas num contexto de elevados níveis de violência política", disse.
Türk ainda disse que seu escritório está "pronto para apoiar o novo governo a tratar das questões de direitos humanos que o Brasil enfrenta".
Guterres
Antes do apelo, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, já tinha afirmado que os autores dos ataques contra a democracia no fim de semana no Brasil precisam enfrentar as consequências. Em resposta a uma pergunta do UOL, nesta manhã em Genebra, o português ainda destacou que tem "absoluta confiança" de que o Brasil dará uma resposta adequada.
"Quem desrespeita a lei deve sofrer as respectivas consequências, de acordo com a lei", afirmou Guterres. "Vivemos, no Brasil e outras democracias, e um estado de direito. O importante é que o estado de direito funcione e que a democracia siga diante", insistiu.
O chefe da diplomacia da ONU afirmou que ficou "chocado" quando soube das invasões contra os três poderes no Brasil. "Fiquei chocado com o que vi", declarou. "Mas estou totalmente confiante de que os brasileiros darão uma resposta", insistiu.
"Confio no Brasil, nas instituições brasileiras, estou totalmente confiante de que responsabilização será implementada e que o funcionamento democrático do Brasil vai seguir adiante", completou.
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