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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Pela 1ª vez, Brasil terá uma mulher para liderar embaixada nos EUA

Maria Luiza Ribeiro Viotti durante discurso em Assembleia Geral da ONU. - Rick Bajornas/UN Photo
Maria Luiza Ribeiro Viotti durante discurso em Assembleia Geral da ONU. Imagem: Rick Bajornas/UN Photo

Colunista do UOL

30/01/2023 19h45

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Pela primeira vez na história, um dos cargos mais cobiçados da diplomacia brasileira será ocupado por uma mulher. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira que a embaixada do Brasil nos EUA será liderada por Maria Luiza Ribeiro Viotti.

A diplomata foi a Representante Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York (2007-2013), Embaixadora em Berlim (2013-2016), Subsecretária-Geral da Ásia e do Pacífico (2016-2017) e Chefe de Gabinete do Secretário Geral das Nações Unidas (2017-2021).

Seu nome ainda precisa passar pelo Senado. Mas sua indicação cumpre parte da promessa do chanceler Mauro Vieira de garantir uma maior presença de mulheres em postos considerados como estratégicos.

Ele havia sido criticado por não designar uma mulher para a embaixada do Brasil em Buenos Aires.

Há poucas semanas, Lula exonerou os diplomatas brasileiros nos EUA, vistos como aliados do bolsonarismo. Um dos afastamentos se referia à Maria Nazareth Farani Azevedo, cônsul do Brasil em Nova York.

Outro afetado pela medida publicada no Diário Oficial hoje foi Nestor Forster, embaixador do Brasil em Washington e que agora será substituído por Viotti. Seu nome já foi aceito pelo governo de Joe Biden.

Forster era um aliado de Ernesto Araújo, ex-chanceler brasileiro e um dos ideólogos da política externa bolsonarista. Sua proximidade com Donald Trump e seus apoiadores também marcou sua gestão.

A diplomacia de Lula já tinha indicado que gostaria de colocar pessoas de sua confiança em postos considerados como estratégicos, principalmente em locais onde algum movimento bolsonarista ou de extrema direita poderia manter relações com o Brasil.

A exoneração ainda coincide com uma pressão cada vez mais forte sobre o presidente Joe Biden para que avalie a situação de bolsonaristas que atuam a partir do território americano. A presença do próprio Jair Bolsonaro em Orlando também passou a ser questionada por deputados americanos.