Rússia quer driblar veto dos EUA e convocará Assembleia Geral contra Israel
O conflito entre Israel e o Hamas se transforma numa disputa particular entre Rússia e EUA na ONU. Depois de o governo de Joe Biden ter vetado a proposta do Brasil de criar uma pausa humanitária na guerra, Moscou anunciou que planeja uma forma de driblar a decisão da Casa Branca e levar adiante o plano de conseguir uma condenação de Israel nas Nações Unidas.
Instantes depois de a resolução brasileira ter sido bloqueada no Conselho de Segurança pela diplomacia dos EUA, o embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, anunciou que vai enviar uma carta à Assembleia Geral para convocar o órgão a uma reunião extraordinária para lidar com a crise.
No Conselho de Segurança, uma aprovação de uma condenação apenas pode ocorrer se não houver o veto de todos os cinco membros permanentes da entidade. Mas, na Assembleia Geral, a regra é outra: basta que uma resolução tenha a maioria dos 192 votos.
"Considerando que o Conselho de Segurança não terá uma resposta, a Rússia vai iniciar o pedido por uma sessão especial da Assembleia Geral da ONU para tratar da proteção de população civil em Gaza", explicou o embaixador. Segundo ele, a carta à presidência da Assembleia já está pronta e deve ser enviada nos próximos dias.
Segundo ele, é a paralisia do Conselho de Segurança que aprofunda crise.
A manobra de Moscou é uma resposta do Kremlin a um gesto que o governo americano realizou contra os russos, quando o governo de Vladimir Putin também usou seu poder de veto no Conselho e impediu a aprovação de uma resolução que os condenava pela invasão da Ucrânia.
A Casa Branca, então, levou o caso para a Assembleia Geral e, ali, conseguiu votos suficientes para aprovar uma resolução condenando Putin.
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