Jamil Chade

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Vacina não será resposta para atual surto de dengue, diz agência da OMS

O atual surto de dengue que afeta o Brasil e outros países sul-americanos não será freado com vacinas. O alerta é de Jarbas Barbosa, diretor-geral da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a agência regional da OMS. Segundo ele, o volume de doses ainda é limitado.

A dengue no país bateu, em 2024, números inéditos na série histórica oficial. Em meados de março, o Ministério da Saúde sinalizava para uma expansão que se aproxima a 2 milhões de casos confirmados.

"Temos um número recorde de casos de dengue. No ano passado, tivemos mais de 4 milhões de casos (na região). Só nos dois primeiros meses do ano, já estamos atingindo outro recorde de casos", disse Jarbas Barbosa.

"O que é preocupante é que temos uma combinação do fenômeno do El Niño e do impacto de mudanças climáticas", alertou.

Um indício disso seria o fato de que, neste ano, a dengue não está ocorrendo apenas nos territórios onde tradicionalmente a doença aparece. Mas também em novas regiões. "Até no Norte da Argentina e em outros países da região vemos uma intensidade grande da transmissão", afirmou.

De acordo com o diretor da Opas, o Brasil e o Paraguai são hoje os países mais afetados. "Estamos trabalhando com os ministérios da Saúde desses países para dar apoio e orientação técnica", explicou.

Barbosa alertou que, ainda que a vacina contra a dengue esteja sendo usada no Brasil, essa não será a resposta imediata.

"A vacina já está disponível e o Brasil está usando", disse. "Nós estamos oferecendo pelo fundo da Opas. Mas a vacina não será a resposta para o surto imediato", admitiu.

"A quantidade é limitada e pedimos aos países que estão introduzindo a vacina a implementar um sistema forte de vigilância para termos mais dados sobre o uso, segurança e eficácia do imunizante", explicou.

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No caso brasileiro, as doses foram compradas da farmacêutica Takeda, fabricante da Qdenga. O governo negocia a possibilidade de produção das doses no Brasil, usando a planta da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo Barbosa, existem duas estratégias que devem ser tomadas. O primeiro é o controle do vetor que transmite a doença. Mas a segunda parte da estratégia é de reduzir a taxa de fatalidade. "Em geral, as mortes pela dengue podem ser evitadas, se dermos treinamento e orientação técnica para os trabalhadores do setor de saúde nos postos de atendimento primário e de emergência", disse.

O chefe da agência da OMS admite que a "situação é preocupante". Mas destacou que alguns países já vivemos o pico da transmissão, e que podem começar a reduzir o número de casos e prevenir mortos.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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