Jamil Chade

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Denunciado por ataques a hospitais, Israel assume assento na OMS

Denunciado em cortes internacionais por sua ação contra hospitais em Gaza e por atacar civis, crianças e mulheres, Israel assume um assento no Conselho Executivo da Organização Mundial da Saúde, o órgão que de fato toma as decisões na entidade internacional. Nesta sexta-feira (31), os governos árabes protestaram e palestinos tentaram propor que Israel fosse impedido de ocupar o cargo, sem sucesso.

A posse, apoiada pelos europeus, ocorre num momento em que a própria OMS acusa Israel de atacar hospitais e centros de saúde. Durante a semana, 30 países leram uma declaração conjunta, denunciando os ataques contra instalações e profissões de saúde em Gaza.

Até 2027, o assento será ocupado por Asher Salmon, representante do Ministério da Saúde de Israel.

Num discurso na quarta-feira, o embaixador do Brasil na OMS, Tocar Nunes da Silva, reforçou seu apoio aos palestinos e se distanciou do posicionamento de Israel.

"Estamos seriamente preocupados com o fato de que, em 3 de maio, apenas 33% dos 36 hospitais de Gaza e 30% dos centros de atenção primária à saúde estavam funcionando", disse o brasileiro.

"Os ataques mais recentes a Rafah agravaram a situação e restringirão ainda mais o acesso a alimentos, água e serviços de saúde e saneamento, com consequências terríveis", afirmou.

Segundo ele, o conflito mais recente "apenas exacerbará as necessidades urgentes e cada vez mais não atendidas da população palestina após várias décadas de ocupação e falta de autonomia e soberania efetiva".

O governo brasileiro destacou os desafios no campo da saúde: "incapacidade de determinar as dimensões básicas de seu sistema de saúde, obstáculos significativos e, às vezes, intransponíveis em termos de compra de produtos que salvam vidas e treinamento de recursos humanos e restrições à liberdade de movimento de profissionais de saúde e pacientes, entre outros".

Outro gesto do Itamaraty foi o de mostrar apoio à Organização Mundial da Saúde, revelando "gratidão por seu trabalho heroico nos territórios ocupados da Palestina, em meio às condições mais adversas, para apoiar a prestação de serviços de saúde e suprimentos, bem como a evacuação de pacientes".

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