Jamil Chade

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Lula sobre Juscelino: 'Indiciado não significa que cometeu um erro'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, ao desembarcar em Genebra (Suíça) na manhã desta quinta-feira, que irá conversar com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), e que irá "tomar uma decisão". Mas disse que ele tem "o direito de provar que é inocente".

"O fato de o cara ter sido indiciado não significa que ele cometeu um erro", afirmou Lula. "(Indiciado) significa que alguém está acusando e que a acusação foi aceita", disse o presidente, que alegou que "estava fora" e não pode ainda falar com seu ministro. "É preciso que as pessoas provem que são inocentes e ele tem o direito a provar que é inocente", disse.

Juscelino foi indiciado sob suspeita dos crimes de organização criminosa, além de lavagem de dinheiro, corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude em licitação.

Lula disse que ainda não falou com ele. "Ainda vou conversar hoje e vou tomar uma decisão sobre esse assunto".

Horas depois, em outra conversa com jornalistas, o presidente mudou a versão. Ele disse que só vai falar com Juscelino quando voltar ao Brasil. "Obviamente que também não tem essa pressa, sabe? Quando eu voltar, depois do G7, eu vou sentar e vou descobrir o que aconteceu de verdade", afirmou Lula.

"Eu vou ter uma conversa franca com ele, porque eu digo para todo mundo: 'só você sabe a verdade. Se você cometeu um erro, reconheça o que cometeu. Se não cometeu, brigue. Brigue pela sua inocência'", acrescentou o presidente. Fontes da presidência estimam que um anúncio de Lula deve ocorrer apenas em seu retorno ao país.

Num inquérito, a Polícia Federal afirmou que o ministro faz parte de uma organização criminosa. O centro é um suposto esquema de desvios de recursos de obras de pavimentação bancadas pela Codevasf, uma estatal.

O ministro atacou o indiciamento, alegando ser uma "ação política". "Trata-se de um inquérito que devassou a minha vida e dos meus familiares, sem encontrar nada", disse. "A investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar", disse Juscelino.

Lula começou nesta quinta-feira uma viagem pela Europa. Ele aterrissou às 6h24 (horário europeu) e se hospeda no Hotel Wilson, à beira do Lac Leman.

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Em Genebra, ele fará um discurso na OIT (Organização Internacional do Trabalho) e terá um encontro bilateral com a presidente da Suíça, Viola Amherd, que pede que o brasileira esteja presente na cúpula sobre a Ucrânia, nos próximos dias. Lula se recusou, diante da ausência da Rússia.

Na Suíça, Lula ainda participa do lançamento de um selo em homenagem aos 35 anos da obra O Alquimista, de Paulo Coelho. O escritor mora em Genebra.

O presidente, então, segue para a cúpula do G7 na sexta-feira. O presidente deve falar sobre a taxação de grandes fortunas, democracia, combate à desigualdade e luta contra a fome. Ele também terá encontros bilaterais, inclusive com o papa Francisco.

Na comitiva do presidente estão os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o assessor especial da presidência, Celso Amorim, e a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja.

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