Investigação da UE conclui que X engana usuário e não é transparente
Uma investigação conduzida pela Comissão Europeia concluiu que a plataforma de mídia social X está violando a Lei de Serviços Digitais, enganando deliberadamente o usuário e atentando contra regras sobre transparência de publicidade e acesso a dados para pesquisadores.
O processo começou em dezembro do ano passado e pode resultar em pesadas multas contra a empresa de Elon Musk.
A Comissão agora considera que a função da marca de verificação azul do X - usada para verificar contas na plataforma - induz os usuários a acreditar que as contas por trás delas são verificadas.
Depois que Elon Musk comprou o site em 2022, ele começou a emitir as marcas de verificação para qualquer pessoa que pagasse oito dólares por mês. Antes da aquisição, as verificações eram amplamente reservadas para jornais, celebridades, políticos e outras contas influentes.
O comissário europeu Thierry Breton lembrou que, antes, "os BlueChecks costumavam significar fontes de informação confiáveis". "Agora, com o X, nossa opinião preliminar é que eles enganam os usuários", disse.
Outra acusação é de que não existe um escrutínio adequado sobre a publicidade na plataforma que a rede de Musk não da aos pesquisadores acesso às informações.
A Comissão Europeia vai permitir que a plataforma apresente seus comentários às conclusões da investigação e o passo seguinte seria a adoção de uma série de medidas para corrigir as irregularidades.
Mas se nada for feito, a UE pode multar a X em 6% do faturamento global da empresa. A plataforma garante que cumpre todas as regras da Comissão.
As conclusões fazem parte de uma investigação mais ampla contra a empresa de Musk, envolvido em polêmicas contra o Judiciário no Brasil, EUA, Austrália e em outros países.
Líder em desinformação
Já no ano passado, a vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourova, declarou que a empresa de Musk "é a plataforma com maior taxa de postagens de desinformação". Em fevereiro, o empresário abandonou um acordo na Europa para garantir um certo comportamento ético por parte das plataformas nas eleições do continente. Google, TikTok, Microsoft, Facebook e Instagram aderiram ao código de conduta da Europa contra a desinformação.
"Você pode correr, mas não pode se esconder", rebateu a Comissão Europeia, alertando que mesmo fora do acordo, a plataforma X teria de seguir as normas do continente.
Em dezembro de 2023, a UE tomou um passo decisivo e anunciou que abriu uma investigação formal contra a empresa, com base em suas novas regulamentações, que têm como meta proteger o cidadão de conteúdos tóxicos nas redes sociais.
Bruxelas apura se Musk de fato está cumprindo as regras do bloco para evitar a disseminação de conteúdos ilegais. Isso incluiria discursos de ódio.
O que os europeus querem saber é se plataforma conta com mecanismos para identificar as postagens ilegais e rapidamente tirá-las do ar. A apuração também examina como a plataforma X luta contra a "manipulação de informação".
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JAMIL CHADE
Todo sábado, Jamil escreve sobre temas sociais para uma personalidade com base em sua carreira de correspondente.
Quero receberMusk, que se define como um "absolutista da liberdade de expressão", é considerado como uma espécie de guru por parte de movimentos de extrema direita pelo mundo.
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