Europa anuncia que não reconhecerá Maduro e exige transparência
Em um comunicado emitido nesta segunda-feira (29) e em resposta ao anúncio de Nicolas Maduro venceu a eleição na Venezuela, a União Europeia deixou claro que não irá reconhecerá o resultado até que os dados de cada sessão sejam publicados.
O comunicado alerta que, até agora, os resultados não foram verificados e que, portanto, não são representativos da vontade do povo venezuelano.
"A UE elogia o povo venezuelano por sua determinação em exercer seu direito de voto de forma pacífica e em massa. A UE reconhece o compromisso da oposição com o processo eleitoral, apesar das condições desiguais. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada", disse o comunicado, assinado pelo chefe da diplomacia da UE, Josep Borrel.
O diplomata deixou claro que a UE não pensa em reconhecer Maduro, apenas por conta da proclamação das autoridades eleitorais.
"Os resultados das eleições não foram verificados e não podem ser considerados representativos da vontade do povo venezuelano até que todos os relatórios oficiais das seções eleitorais sejam publicados e verificados", afirmou o chefe da diplomacia do bloco.
"A UE insta o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela a agir com a máxima transparência no processo de tabulação dos resultados, incluindo o acesso imediato a todos os relatórios das seções eleitorais e a publicação de resultados eleitorais desagregados", afirmou.
"A UE também apela às autoridades para que garantam a investigação completa e oportuna de quaisquer reclamações ou reivindicações pós-eleitorais", disse. A oposição se queixou em relação à retenção das atas de sessões.
Denúncias de irregularidades
Segundo a UE, "relatórios confiáveis de observadores nacionais e internacionais indicam que as eleições foram marcadas por inúmeras falhas e irregularidades".
"A União Europeia lamenta que nenhuma das principais recomendações da Missão de Observação Eleitoral da UE de 2021 tenha sido implementada", disse. "Obstáculos à participação de candidatos da oposição, deficiências no registro eleitoral e acesso desequilibrado à mídia contribuíram para condições eleitorais desiguais", afirmou o diplomata.
No comunicado, a UE ainda "manifesta sua preocupação com as prisões arbitrárias e a intimidação de membros da oposição e da sociedade civil durante todo o processo eleitoral, e pede a libertação imediata de todos os presos políticos".
"A UE apela à calma e insta as forças de segurança a garantir o pleno respeito pelos direitos humanos, incluindo o direito de reunião pacífica", disse.
De acordo com ele, a Europa "continuará a dedicar todos os seus esforços políticos e diplomáticos para apoiar o diálogo e uma solução pacífica e negociada para a crise política".
"A UE reitera seu apoio aos esforços regionais e internacionais para facilitar o diálogo e restaurar a legitimidade democrática das instituições venezuelanas", defendeu.
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