Em Haia, Tribunal Internacional manda alerta ao governo Maduro
O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, anunciou nesta segunda-feira que está monitorando a situação na Venezuela, principalmente diante das acusações de que o governo de Nicolas Maduro passou a incrementar a repressão depois dos resultados da eleição, há duas semanas.
Segundo um comunicado, o órgão com sede em Haia está "monitorando ativamente" os acontecimentos na Venezuela. Na ONU, a cúpula da entidade já acusou Maduro de implementar uma ampla estratégia de prisões e violência. A mensagem foi interpretada como um recado de alerta às autoridades de Caracas.
Khan indicou que "recebeu vários relatos de casos de violência e outras alegações após a eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela". Um deles foi da Anistia Internacional que, na semana passada, cobrou de Haia uma resposta diante da repressão.
Em 2017, depois da violência que tomou conta da Venezuela depois das eleições, o Tribunal Penal Internacional abriu um inquérito sobre os acontecimentos no país. Mas ninguém foi indiciado até o momento.
Em sua declaração nesta segunda-feira, ele indicou que as investigações sobre os últimos anos continuam sendo examinadas.
Lula pode falar com líderes de México e Colômbia para buscar solução para Venezuela
Enquanto a pressão aumenta sobre Maduro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter uma conversa telefônica nesta segunda-feira com os presidentes da Colômbia e México, na esperança de acertar uma estratégia para lidar com a crise política na Venezuela.
Não está ainda confirmada a reunião. Mas uma das ideias é a criação de uma espécie de comissão, encarregada de negociar tanto com a oposição venezuelana quanto com o governo de Nicolas Maduro, que insiste que venceu as eleições há duas semanas.
A estratégia é que canais de comunicação sejam estabelecidos, buscando interlocutores de ambos os lados e temas que possam desbloquear um processo negociador.
O grupo é visto por muitos na comunidade internacional como a melhor esperança de permitir que se evite uma nova onda de violências pela Venezuela. O presidente da França, Emmanuel Macron, deu seu apoio ao grupo, assim o Reino Unido e Alemanha. Na sexta-feira, foi a vez do chefe da diplomacia da UE, Josep Borell, que afetou que "a mediação liderada por Brasil, Mexico e Colômbia é chave".
Mas todos insistem que apenas poderão continuar apoiando o projeto de os três presidentes latino-americanos se comprometerem com a ideia de que Maduro terá de ser transparente com as atas.
Na semana passada, o encarregado do Departamento de Estado norte-americano para temas latino-americanos, Mark Wells, também destacou que o governo de Joe Biden era "favorável ao diálogo" iniciado pelos três países da região e indicou que estava mantendo uma coordenação "muito próxima" com Brasil, Colômbia e México.
No fim de semana, o jornal The Wall Street Journal revelou que o governo americano está cogitando oferecer a Maduro uma anistia, em troca de um reconhecimento por parte do venezuelano de que seu governo chegou ao fim. No governo brasileiro, o projeto não era conhecido dos negociadores.
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